terça-feira, 17 de agosto de 2010

ALVORECER: PASSOS DESFEITOS

ALVORECER: PASSOS DESFEITOS

PASSOS DESFEITOS

Sou humano entre muitos homens
Nato de homens comuns
E tornado Cristo personificado
No fluir deste mundo dolorido.

Sou uma voz que grita no silêncio,
No recôndito dos sem voz
Proclamando com zelo sagaz
A Boa Nova do Reino.

Levo a minha cruz em chamas
Carregando Cristo para o mundo,
Alimento todas as almas
Dos meus irmãos em caminho.

Porto este tesouro em vasos de barro
E actuo no mundo mergulhado em Deus,
Ecologia do amor, numa entrega total
Procurando evangelizar a tempo e fora do tempo.

Vejo uma lágrima que rola no teu rosto
Percorrendo todo o teu gosto
Num compasso desfeito
Ao romper do teu preceito.

Sinto o pulsar do teu coração
Coagulando sem emoção,
O raiar da tua vocação
Empacotada numa efusão

[“Vinde e vede como o Senhor é bom!”]

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

AO TEU REDOR

Ao teu redor ,
Voltam-se gritos de nomes e sinónimos
Chamando-te mass media sem medida
Neste incansável caminho que percorremos
Ao alcance infindável do nosso estar na vida

Ao teu redor,
Escondem-se as mágoas de crianças perdidas
Procurando amparo e carinho maternal
Pelos infortúnios e realidades infligidas
Nesta aventura que desampara o nosso ser liberal

Ao teu redor,
Conjuga-se a poesia da vida infiel
Que se enfatiza no nosso ser cruel
Suplantado na ingénua vivência brutal
D'agente que nos encanta com o seu lamaçal

Ao teu redor,
Morremos de alegria angustiante e inóspita
Quando nos deleitas com o suco eufórico
Dos meandros e fenómenos da desgraça
Que regula a nossa conduta sem graça

Ao teu redor ,
Todos nos abraçamos sem consentimento
Neste mundo perdido no fingimento
Conquanto na diversidade nos unes
E na unidade nos diverges

Ao teu redor,
Jorram lágrimas de divórcios
Nas buscas intangíveis de felicidade
Suprimida nos nossos vícios
Que choram de infâmia e futilidade.

O APOGEU DUMA ERA INSACIÁVEL

Desde a ascensão do limiar humano no universo, o homem sente-se, por um pouco, ameaçado com a sua própria existência, bem como o fim último da sua vida. Mergulhado neste imenso mar de angústia, ele procura cada vez mais respostas dos seus porquês e meios, sem saber que está decaindo a pouco e pouco na subversão do progenitor primário, que é a meta das suas buscas. Urge, entretanto, devotar o nosso ponto de vista em relação ao mundo e o seu constante devir. Parece um pouco ridículo e pessimismo uma análise contrária à visão comummente partilhada pela maioria. A par disto, não nos eximimos de lançar este nosso ponto de vista. Com o avanço tecnológico, o mundo não se descortina dos seus efeitos e muito mais da dinâmica que lhe envolve. Consequentemente, o homem semeia-se neste horizonte do além extraviando, por um lado, a vida, os costumes, a cultura, os anseios e aspirações do próprio homem.
A queda é eminente e orienta-nos a uma reflexão galopante na busca de meios para chegarmos ao equilíbrio entre a hegemonia da vida individual e social com o avanço das directrizes para as quais a ciência nos incita. Neste contexto, numa época em que tudo parece estar revolucionado, com os meios de comunicação social, a abertura às coisas é maior e o nível de reflexão dos indivíduos é também aberto de acordo com o horizonte pelo qual caminhamos.
Na medida do impossível, a insaciedade parece generalizada sem excluir nenhuma camada social. Tudo porque num ambiente em que tudo está submetido à mudança, inevitavelmente, as coisas também mudam e subordinam-se ao acaso do tempo. Estamos certamente no apogeu duma era insaciável. Sonhamos vários projectos e em cada passo que seguimos desejamos mais; nada é assaz na nossa vida. Sempre caminhamos para o além.

MASS MEDIA

Mass-média, vulgarmente cognoscível por meios de comunicação social é, comummente, um conjunto de órgãos que na sua conjuntura influencia, com bastante impacto, a sociedade e o mundo em geral.
Numa conotação, pouco negativista, pode-se imaginar que estes meios favorecem um retrocesso na medida em que os indivíduos envolvidos no consumo dos mesmos, não puderem lê-los de um modo que saibam seleccionar o caroço do próprio grau, seleccionar as cascas e a coisa na sua essência. Enfim, quando não puderem distinguir o acidente com a essência, isto é, a potência e o acto, o ser em si, aquilo que no movimento ou manifestação das coisas não deixa de ser o que as coisas são. Ademais, num olhar optimista, os meios de comunicação são profundamente importantes pois unem o mundo, os indivíduos; congrega os ideais, as convicções e põem em permanente contacto a diversidade cultural, sobretudo, permitem que cada um tenha acesso constante com aquilo que acontece no mundo.
Não é nada que se pareça com o idealista sem os pés assentes no chão do mundo prático.
A verdade e a realidade do que é dito e feito, andam constantemente separados e igualmente em “divórcio indissolúvel”. Por isso, é necessário que esta “verdade apareça, na ocasião, isto é, deve ser alguma coisa que apareça, removido o véu de sombra que a encobria ou a soterrava na escuridão do passado”, assim julgava Fernando Pessoa. Esta, cremos, é a atitude primária, fundamental e sintetizadora, que no dia a dia deve moldar os nossos anseios e críticas, sem entretanto, deter-nos nos fenómenos mas devemos caminhar ao alcance do númeno, da coisa em si, ou seja, da essência das coisa. Procuremos atingir o fundo dos fenómenos. Entretanto, podemos realçar que na medida do possível, o homem vai-se tornando um consumidor passivo e incapaz de avançar no seu modo de olhar as coisas, ou seja, a realidade das coisas. Assim, vemo-nos caídos no pensamento de Eduardo Spranger para o qual, desejando uma interpretação correcta da história, concebia um homem teorético, ou seja, um ser em que a atitude e a preocupação de conhecer, rigorosamente, a objectividade das coisas constitui a orientação predominante de uma essência mental.

UMA NOVA ERA SOCIAL

Cada vez mais que surge, de modo repentino, um certo avanço em determinado âmbito, os homens surpreendem-se com a nova realidade. Alguns com tendências exacerbadas e negativistas, enquanto outros, assumem-na com olhos indiferentes e até mesmo à suspensão do juízo. Entretanto, o importante não é julgar ou não determinada coisa, mas conceder um parecer provável daquilo que constitua o princípio primeiro e a causa última dos fenómenos. Última na ordem do conhecimento, o qual parte do imediato e do próximo para o mediato e remoto. Igualmente, o princípio primeiro ou a causa primeira das coisas, ou seja, primeiras no plano da realidade, onde a causa precede o efeito.
Estamos mais uma vez de volta e diante da tua posse, caro leitor, para juntos reflectirmos situações candentes na nossa sociedade cujos reflexos já se fazem sentir hodiernamente. Quero me referir do «Impacto dos meios de Comunicação Social».
Desta vez, estamos mergulhados na questão dos “mass-media”. Com isto, pretende-se, sucintamente, apresentar uma “leitura crítica” dos programas transmitidos pelos media; consciencialização das pessoas sobre o impacto dos meios de comunicação social; classificar o nível de influência e analisar qual será o futuro ao qual intentamos atingir. Deste modo, como o saber filosófico coloca-se no ponto mais alto do saber humano, como conhecimento no qual unicamente a curiosidade humana encontra a sua plena satisfação, ela (filosofia) será nosso guia para aquisição de ideias e pensamentos úteis para a realização do nosso objectivo. Aliás, a filosofia é verdadeiramente sabedoria «sapor rerum prout sunt», isto é, sabor autêntico da vida.
Seguramente que cada um de nós não está à margem da situação geral em que nos encontramos. Hoje é possível estando em Mecubúri viver de perto o que acontece nos EUA com o presidente Barack Obama; possível também é comunicar-me para qualquer canto do mundo sem precisar “maçada”. O contacto com mundo põe, igualmente, em questão a própria vida humana mormente no âmbito cultural, social, interpessoal, relacional e de convivência com as coisas criadas.
O homem de hoje perdeu-se e deixa-se levar pela busca incansável da própria felicidade. O mundo está em perpétuo devir que envolve tudo quanto existe na face da terra. Duvidar isto, é duvidar-se a si mesmo e ignorar a velocidade que nos empurra cada vez mais para um póstero.
Os meios de comunicação social, na sua diversidade, destacamos os que mais influenciam e imprimem um carácter imprescindível na sociedade: a Televisão, a Internet, o Telefone a Imprensa e a Rádio. Estes quando usados de um modo personificado, ou seja, ponderado, desejável e salutar, favorecem ao homem um bem inesgotável. Mas, quando tomados abusivamente e mal interpretados os seus programas, constituem fonte onde jorra a vingança, mau humor, indiferença social, guerras, idolatria, ódio, desunião, desavenças, rivalidades, etc. Isto significa que os media são um bem e um mal quando assim os quisermos; são um todo em partes; um núcleo de uma infinidade de tudo que desejamos alcançar.
Muitas vezes fala-se que a moda aparece-nos como consequência da expansão dos “mass-media”. Não constitui surpresa nos nossos dias ver uma mamana semi-nua como também uma rapariga – ambas alegando o avanço cronológico do tempo bem como da mentalidade. Quando vemos um programa televisivo ou da Internet um pouco erótico não conseguimos traduzi-lo como algo que se reprova e tomamo-lo como o que se deve praticar. Quantas imoralidades assistimos dia após dia das nossas vidas; pessoas que pedem namoro ou “assunto sério”, ainda simples troca de prazer momentâneo na TV entre outros meios. São quantos os que abandonam suas tarefas para não perder uma série de novela “sete pecados” ou algo mais?
Não me é possível destacar tudo o que se passa num mundo vasto e restrito como o nosso e muito menos subscrevê-lo nesta ingénua reflexão. Cada um consente a interferência que se exerce pelos media. Aliás, alguns, nos domingos, eximem-se de ir à Igreja para ver uma missa da televisão, escutar a pregação de um pastor e cegamente conformar-se com isso. Entretanto, devemos perceber que o crucificado é o “espelho”, dizia Calvino, no qual nós conhecemos a Deus e nos conhecemos a nós mesmos. Por isso é necessário vivenciá-lo junto dos irmãos da comunidade de fé.
O domínio e a regulação da natureza instintiva do homem são obra da civilização, termo de lento processo de aprendizagem, no decorrer do qual a tomada de consciência das renúncias exigidas pela sociedade está em conflito com os instintos naturais difíceis de reprimir.
Às vezes sentimo-nos incapazes de reproduzir um texto com receio de plagiar o que já existe na Internet e por causa disso, algumas pessoas preferem viver numa eterna ataraxia. O que funciona é o “deixa andar”- uma consciência laxa. Encontrámo-nos numa sociedade em que a prioridade é a posse daquilo que Marx chamava justamente «sociedade do ter», porque nessa sociedade o dinheiro e as mercadorias se transformam numa espécie de manipansos e são os novos ídolos que despojam os homens das suas autênticas possibilidades humanas.
Devido a certas atitudes que insinuamos na nossa conduta, às vezes parecemo-nos com os chamados irracionais. Assim, somente seremos capazes de mostrar a nossa própria realidade quando conseguirmos agir de acordo com a voz da nossa consciência.A sessão está aberta! Juntos vamos analisar a nossa situação social e procurarmos alternativas para fazermos dela uma alma racional cujo slogan é «estar a caminho».Todos somos donos do que existe e tomemo-lo como coisa própria nossa. É preciso racionalizar o nosso pensar, o nosso agir, os nossos desejos e comportamentos, o nosso trabalho enfim, a nossa vida.
Vamos filosofar.

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