quarta-feira, 14 de setembro de 2011

JESUS COMO REFERÊNCIA PRA O HOMEM

JESUS CRISTO É A REFERÊNCIA PRINCIPAL PARA FALAR ADEQUADAMENTE DO HOMEM
Afirmar que Jesus é a referência principal para falar adequadamente do homem dá-nos a entender que todo discurso que trate do homem deve ter como ponto de partida e de chegada a pessoa de Jesus Cristo que é o centro de referência do homem. Por isso mesmo, nao há compreensão do homem sem o Homem-Jesus. Assim, o mistéro do homem encontra eco só na compreensão de Jesus Cristo, o Verbo encarnado. A nossa humanidade está fundamentada em Jesus Cristo e só n`Ele a nossa existência tem sentido. De facto, «o mistério do homem não se esclarece verdadeiramente que no mistério do Verbo encarnado» (GS 22). Como novo Adão, Cristo ao revelar-nos o mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime.

 
 A referência em Jesus Cristo consiste em reconhecer que a existência humana não tem sentido sem ligação a Cristo que é o alicerce da nossa vida. Pois, em Jesus a natureza humana foi assumida e elevada à excelsa dignidade unindo-se de forma indelével a cada homem na sua encarnação. Na verdade, «Sofrendo por nós, não só nos deu exemplo, para que sigamos os seus passos» (cf. 1Ped 2,21), mas também abriu um novo caminho, em que a vida e a morte são santificados e recebem um novo sentido. Deste modo, por Cristo e em Cristo esclarece-se o enigma da dor e da morte, o qual, fora do seu evangelho, nos esmaga. Jesus foi e continua sendo o único suporte verdadeiro da humanidade e de todos os homens. Desde a encarnação até a sua vitória sobre a morte, Jesus foi Homem que se configurou verdadeiramente com a humanidade. Na sua caminhada humana se manifesta a graça da criação ensinando-nos a ser homens diante de Deus. Daí que todo discurso sobre o tratado do homem e da humanidade deve ser Cristocêntrico, convergindo todo olhar em Cristo. Ipso facto, para falarmos de forma adequada do homem é imprescindível ter como referência Jesus Cristo, o único Homem que na sua vida foi coerente com a sua natureza e permaneceu fiel à sua origem até ao fim embora tenha sido homem igual a nós excepto no pecado (Heb 4,15). Ele viveu a sua humanidade, verdadeiramente, sem fazer de contas que fosse homem. Por outro lado, nele se manifesta a graça da criação que leva o homem a ser filho diante de Deus. Jesus é o exemplo claro da relação de dependência com o seu Pai, sem excluir a sua autonomia e liberdade. Desde sempre nunca quis substituir o Pai, permaneceu sempre na posição de Filho sem rebelar-se e sem procurar ser detentor da sua origem.
No entanto, a humanidade de Jesus não foi absorvida pela sua divindade, Ele foi sempre verdadeiro Deus sem deixar de ser verdadeiro Homem. Ele aperfeiçoa e plenifica o plano de santificação dos homens através da revelação do amor do Pai que nos manifestou como meta a que devemos buscar incansavelmente. Apesar de ser Homem, Jesus nunca rompeu a sua ligação com o Pai. Ele é a imagem visível do Deus invisível (Cl 5,1).
Que Jesus seja a referência é uma evidência. O ensino e o exemplo, a figura e a própria vida de Jesus são de grande importância. Jesus abre aos homens e ao mundo o acesso ao mundo supra-sensível, divino; Ele deu uma contribuição decisiva à humanidade ao conceder ao tempo presente uma relevância de eternidade, delineando uma ética em perspectiva de salvação.
A nossa vida deve ser orientada em referência a Cristo e à esperança cristã. Portanto, Jesus é uma referência ética necessária. O Verbo de Deus feito carne, imagem perfeita do Pai e Homem perfeito, exprime para a humanidade, como modelo e mestre, a verdade, o caminho e a vida (cf. Jo 14,6), o dever-ser dos seres humanos. E só Ele pode fazer, dado o estado de perdição e perturbação a que o pecado submete a espécie humana.
A humanidade de Jesus abre-nos a considerá-Lo como referência na perspectiva de uma humanidade que, nas suas grandes figuras, busca a autenticidade do humano e constrói laboriosamente a paz e a justiça. O seu ensino consistiu em pôr acima de tudo Deus e o seu projecto para o mundo, e em particular para os seres humanos, como um Absoluto face ao qual tudo o mais é relativizado. Mais concretamente, em consequência dessa afirmação do Absoluto do plano de Deus, vai pôr tudo em questão, exigir que tudo seja relativizado e, por conseguinte, convenientemente reformulado. O verdadeiro objectivo perseguido por Jesus, na sua acção, é proporcionar o reconhecimento do Absoluto de Deus, na atitude radical da fé, que compromete toda a vida para com Deus, presente em si e na sua acção, com vista à salvação. Compromete toda a vida e, portanto, necessariamente terá repercussões revolucionárias sobre os comportamentos e sobre a moral.
Falar de Jesus como uma referência necessária para falar adequadamente do homem significa que toda a busca da verdade concernente ao homem e à sua humanidade não pode deixar de se referir à verdade do Seu ensino e testemunho e dela partir porque Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6). Por amor, Cristo ensinou-nos que o homem está feito para amar. Que o homem ame não é senão uma exigência da sua própria natureza para chegar a ser feliz. Ora, o amor leva à doação de si mesmo aos outros. O serviço é a expressão mais autêntica de amor. O homem, por sua inserção em Cristo vivo, tem o caminho aberto a um progresso novo, a um humanismo transcendental que lhe dará sua plenitude maior.
O evangelho está na linha do humanismo autêntico, uma vez que Cristo é quem melhor conhece o homem, pois compartilhou de sua natureza. Nada se encontrará, autenticamente evangélico, que contrarie o homem. Assim, quem mais viver a vida evangélica, mais homem será. Ninguém é mais humano, mais homem fora do Homem Cristo que Pilatos O mostrou aos judeus exclamando: “Eis o Homem”. Na verdade, o Evangelho mostra que Cristo é o protótipo da humanidade. Só Cristo nos dá a última palavra de nossa realização, de nossa total humanização. Vivendo com Ele entramos no novo humanismo que se abre ao Absoluto, no reconhecimento de uma vocacão que dá o verdadeiro sentido à vida humana à luz da fé, esperança e caridade.
Enfim, importa referir que Jesus não só serve de referência por sua encarnação, por nos aparecer como o Homem por excelência em sua tentação onde não rompeu a sua condição de Filho, mas também porque Ele foi vitorioso ao ser tentado pelo diabo. A nossa vitória depende da vitória de Jesus alcançada durante a sua existência humana sumamente elevada pela sua ressureição dos mortos.

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