JESUS CRISTO É A REFERÊNCIA PRINCIPAL PARA FALAR ADEQUADAMENTE DO HOMEM
Afirmar que Jesus é a referência principal para falar adequadamente do homem dá-nos a entender que todo discurso que trate do homem deve ter como ponto de partida e de chegada a pessoa de Jesus Cristo que é o centro de referência do homem. Por isso mesmo, nao há compreensão do homem sem o Homem-Jesus. Assim, o mistéro do homem encontra eco só na compreensão de Jesus Cristo, o Verbo encarnado. A nossa humanidade está fundamentada em Jesus Cristo e só n`Ele a nossa existência tem sentido. De facto, «o mistério do homem não se esclarece verdadeiramente que no mistério do Verbo encarnado» (GS 22). Como novo Adão, Cristo ao revelar-nos o mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime.

No entanto, a humanidade de Jesus não foi absorvida pela sua divindade, Ele foi sempre verdadeiro Deus sem deixar de ser verdadeiro Homem. Ele aperfeiçoa e plenifica o plano de santificação dos homens através da revelação do amor do Pai que nos manifestou como meta a que devemos buscar incansavelmente. Apesar de ser Homem, Jesus nunca rompeu a sua ligação com o Pai. Ele é a imagem visível do Deus invisível (Cl 5,1).
Que Jesus seja a referência é uma evidência. O ensino e o exemplo, a figura e a própria vida de Jesus são de grande importância. Jesus abre aos homens e ao mundo o acesso ao mundo supra-sensível, divino; Ele deu uma contribuição decisiva à humanidade ao conceder ao tempo presente uma relevância de eternidade, delineando uma ética em perspectiva de salvação.
A nossa vida deve ser orientada em referência a Cristo e à esperança cristã. Portanto, Jesus é uma referência ética necessária. O Verbo de Deus feito carne, imagem perfeita do Pai e Homem perfeito, exprime para a humanidade, como modelo e mestre, a verdade, o caminho e a vida (cf. Jo 14,6), o dever-ser dos seres humanos. E só Ele pode fazer, dado o estado de perdição e perturbação a que o pecado submete a espécie humana.
A humanidade de Jesus abre-nos a considerá-Lo como referência na perspectiva de uma humanidade que, nas suas grandes figuras, busca a autenticidade do humano e constrói laboriosamente a paz e a justiça. O seu ensino consistiu em pôr acima de tudo Deus e o seu projecto para o mundo, e em particular para os seres humanos, como um Absoluto face ao qual tudo o mais é relativizado. Mais concretamente, em consequência dessa afirmação do Absoluto do plano de Deus, vai pôr tudo em questão, exigir que tudo seja relativizado e, por conseguinte, convenientemente reformulado. O verdadeiro objectivo perseguido por Jesus, na sua acção, é proporcionar o reconhecimento do Absoluto de Deus, na atitude radical da fé, que compromete toda a vida para com Deus, presente em si e na sua acção, com vista à salvação. Compromete toda a vida e, portanto, necessariamente terá repercussões revolucionárias sobre os comportamentos e sobre a moral.
Falar de Jesus como uma referência necessária para falar adequadamente do homem significa que toda a busca da verdade concernente ao homem e à sua humanidade não pode deixar de se referir à verdade do Seu ensino e testemunho e dela partir porque Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6). Por amor, Cristo ensinou-nos que o homem está feito para amar. Que o homem ame não é senão uma exigência da sua própria natureza para chegar a ser feliz. Ora, o amor leva à doação de si mesmo aos outros. O serviço é a expressão mais autêntica de amor. O homem, por sua inserção em Cristo vivo, tem o caminho aberto a um progresso novo, a um humanismo transcendental que lhe dará sua plenitude maior.


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