quinta-feira, 13 de julho de 2017

O REACENDER DA FÉ ACT 2,1-12
Por Pe. Cantífula de Castro

Objetivo de reavivar o dom da fé recebida no batismo e torná-los como agentes de mudança na família, na Igreja e na Sociedade.
Oremos
Vinde Espírito Santo enchei os corações dos vossos fiéis e ascendei neles o fogo do Vosso amor; enviai Senhor o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Ó DEUS que instruístes os corações de Vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação.
Ó Fogo abrasador, do Puro Amor, vinde como em Pentecos­tes. Incendiai a nossa alma, o nosso coração! Queimai em nós todo ódio, toda falta de fé! Queimai em nós todo orgulho, toda vaidade, e fazei que nos prendamos às coisas do céu! Tirai de nós todo apego ao materialismo, às pessoas. Tirai de nós todo desrespeito humano! Inflamai e purificai o nosso coração com um ardente Amor, por Jesus Cristo. Inspirai-nos o ardente desejo de alcançar o Céu! Ensinai-nos como falar e quando falar, como agir e quando agir. Que sejais vós, Sennhor, fonte de toda santidade, a falar a nós, agir em nós, pois só assim daremos frutos, cem por um! Vinde, Espírito Santo de Amor sobre toda a terra, abrasai-a num fogo consumidor e dai-nos a Paz tão desejada nos corações para que cesse toda a violência e haja o Amor. Isso Vos pedimos, ó Pai, por Jesus Cristo Vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amén.
Lectio Act 2,1-12
O Dom do Espírito Santo1«Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. 2De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam. 3Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. 4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. 5Ora, residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. 6Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7Atónitos e maravilhados, diziam: «Mas esses que estão a falar não são todos galileus? 8Que se passa, então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna? 9Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, 10da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, 11judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as maravilhas de Deus!» 12Estavam todos assombrados e, sem saber o que pensar, diziam uns aos outros: «Que significa isto?» 13Outros, por sua vez, diziam, troçando: «Estão cheios de vinho doce

  1. “CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO” (Act 2,4)
Reverendo Padre Rodinei
Queridos membros da Coordenação da Catequese
Amados eleitos ao Crisma
1.1.     Contextualização
Foi-me proposto reflectir convosco o tema: Reacender da fé. Voltar a acender a nossa fé. Mas o que é que realmente aconteceu com ela? Porventura terá sido apagada ou perdeu o seu vigor? Por que razão deveremos reacender a nossa fé nesta etapa de preparação para o Crisma?
É oportuno tomarmos consciência do tempo em que estamos vivendo. Estamos num tempo em que “tudo está em crise”. É por essa razão que Bauman diz que vivemos em sociedade líquida: “A busca do prazer individual é o fim último da sociedade líquida.” Não há nada que dura. A vida social está desregulamentada e desordenada. Portanto, a liquidez da sociedade se dá pela sua incapacidade de tomar forma fixa. Ela se transforma diariamente, toma as formas que o mercado a obriga tomar, não propicia a elaboração de projetos de vida.
Há crise de valores morais, crise política, crise social, crise económica, crise de identidade, crise de personalidade e carácter, crise existencial.
A vida religiosa também está sujeita a liquidez da sociedade. Por isso encontramos cristãos líquidos. Ou seja, cristãos com fé insegura, fé embrionária, fácil de abanar.  Cristãos que oscilam muito, parece rede da mCel, seguem a direção do vento, são Maria vai com as outras. Cristãos sem raízes profundas; cristãos sem fé que apenas vão a Igreja para serem enterrados após a morte. Cristãos sem programa de vida. Monsenhor Miqueias um dos primeiros sacerdotes Diocesanos de Moçambique certa vez disse: “Na Igreja há muitos baptizados e poucos cristãos”. Até podemos exagerar dizendo que há batismos de pagãos, de pessoas não convertidas. Não sabem o que fazem. E como não abandonar a Igreja depois se não tem fé? Muitos crismados e poucos cristãos activos e empenhados. Muitos cristãos envergonhados com a doutrina da sua Igreja. Cristãos com medo de se confessar, com medo de rezar em público, com vergonha de ler a Bíblia ou andar com ela. Cristãos fofoqueiros e invejosos. Aqui também temos?
Vamos ver aqui depois dos crismas quem é que vai continuar fervoroso na fé; quem vai-se empenhar no amadurecimento da sua fé; quem vai apostar em fazer valer os dons do Espírito para o enriquecimento mútuo.
Essas crises todas constituem um motivo muito forte para reacendermos a chama da nossa fé. Aliás, este ano pastoral tem como tema “Reaviva o dom da fé que está em ti. Juntos reconstruamos a cidadania, promovendo a reconciliação e a Paz” Congratulo-vos pela escolha do tema.

1.2.     O que diz o texto
O nosso texto fala do grande Dom do Espírito Santo que foi derramado sobre os Apóstolos no dia do Pentecostes. Como consequência, eles ficaram “cheios do Espírito Santo”. Lembram-se? Na anunciação do anjo Gabriel, Maria ficou “cheia de graça” (Lc 1,18) e concebeu pela força do Espírito Santo. Por outro lado, “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo” (Lc 1,41). Jesus é plenamente movido pela força do Espírito Santo.
O Espírito Santo é um sopro vital. Pois, “De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam” (Act 2,2). Ele (O Espírito Santo) distribui a graça a cada um conforme lhe apraz. Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria; ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia.
A este dá o poder de expulsar os demónios; àquele concede o dom de interpretar as Sagradas Escrituras. A uns fortalece na temperança, a outros ensina a misericórdia; a estes inspira a prática do jejum e como suportar as austeridades da vida ascética; e àqueles o domínio das tendências carnais; a outros ainda prepara para o martírio. Enfim, manifesta-se de modo diferente em cada um, mas permanece sempre igual a si mesmo, como está escrito: “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1Cor 12,5).
Ora, encher-se do Espírito Santo significa deixar-se guiar pela vontade de Deus. Mas se você todo momento pensa apenas em seus negócios, arrombar casa alheia, violar mulher de dono, pensa em cometer adultérios e nunca tem plano sério de vida cristã e social, você está cheio do espírito malígno. Por isso sua vida é só bebedeira, discussões, invejas, ciúmes, ódios, rancor, etc. Leia, por exemplo, o texto de Gálatas 5,19-23ª.
«19Mas as obras da carne estão à vista. São estas: fornicação, impureza, devassidão, 20idolatria, feitiçaria, inimizades, contenda, ciúme, fúrias, ambições, discórdias, partidarismos, 21invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Sobre elas vos previno, como já preveni: os que praticarem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. 22Por seu lado, é este o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, 23mansidão, auto-domínio».

  1. REACENDER O DOM DO ESPÍRITO
Precisamos de reacender o Dom do Espírito Santo que recebemos no dia do Baptismo. Aquele mesmo Espírito que nos estimula a confiar em Deus e sermos fiéis aos nossos compromissos baptismais. Mas o Espírito adormece em virtude da nossa dedicação.
Lembrem-se que vivemos num tempo marcado pela flexibildade e velocidade, na qual, provoca uma certa fragilidade no que tange nossas relações sobre as coisas ou pessoas. Essa sociedade líquida é comparada com a água, em razão deste elemento natural ter a potencialidade de alterar sua forma conforme seu recipiente. Nós estamos tendo essa característica instável, nos moldando conforme o andar da carruagem. Perdeu-se o aspecto durável e sólido das coisas, tudo é passível de mudança.
Em virtude disso, as pessoas não querem compromisso. Não se conhecem e vivem de aparências. Parecer bonita (compra cabelos muito caros só para parecer mukunya. Boneca Barbie Humana De Mo: veste cabelo de 20.000,00MT. mas não sabe cozinhar nem consegue levar o prato que usou deixar na cozinha. 08.03.17 Big Boss).
Gente, o Espírito Santo vem operar uma revolução na nossa vida. Ele vem transformar-nos em pessoas novas. Você não pode admitir crismar para continuar aquela pessoa que não quer nem tirar o próprio ranho. É exagerado. Sim. Mas quero me referir da colaboração de cada um no crescimento da nossa comunidade. É incrível queridos. As mesmas pessoas que não conseguem tirar 50,00Mt na Igreja Católica quando chegam na Universal tiram 1000.00Mt ou mais.
Não sei porque o uso dos dons vai-se esfriando nos nossos grupos, nas nossas reuniões, nas comunidades. Não pensemos que basta falar do Evangelho, que já estamos evangelizando. Para que a evangelização penetre no coração, na vida das pessoas, Deus nos deu um meio maravilhoso, que são os dons do Espírito Santo. Podemos ler na 1Cor 12,4-11: diversidade de dons.

Para reacender o Dom do Espíirito somos chamados a redescobrirmos a beleza e o encanto da fé, para renovarmos o nosso caminho de fé pessoal e comunitária, através dos exercícios espirituais de mais intensa escuta da Palavra, de mais fervorosa oração e de mais frequente participação na Eucaristia e no sacramento da Reconciliação.

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