quinta-feira, 13 de julho de 2017

OS MORTOS E O MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO

É sempre gratificante sentir-me flutuando sobre as vossas mãos caros amigos leitores.
Sobretudo porque trazemos, mais uma vez, novas forças e energias para alimentar a vossa sede
de saber, a vossa fome de “comer” as iguarias que este blog vai preparando cada vez mais
 com muito requinte aos seus prezados e amigos de longa caminhada. É sob essa
perspectiva que abordamos, no presente artigo de reflexão, dois temas de capital importância:
“o respeito aos mortos e cemitérios e a Igreja em África à luz da Africae Munus”.
Como se pode antever, há um providente casamento temático à luz do qual falando do respeito
aos mortos e cemitérios apontamos necessariamente ao ministério imprescindível da Igreja de
ensinar aos seus filhos a verdadeira doutrina e o modus vivendi socialis. Aliás, a Igreja sempre
repetiu no seu ensino que “os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na
fé e esperança da ressurreição. Enterrar os mortos é uma obra de misericórdia corporal que honra
os filhos de Deus, templos do Espírito Santo” (CIC 2300).
Caríssimos, mergulhados em ambiente citadino, sempre florescente e propenso à exiguidade
de espaço para a última morada onde jazem os nossos cadáveres, somos interpelados pelo
desafio desconcertante do não respeito aos mortos e cemitérios. Aliado a isso, notamos em nossa
sociedade acções depreciativas de enterros que deixam a desejar, até ao extremo de fazer do
cemitério a nossa vivenda na qual nos recreamos sem nenhum escrúpulo nem pudor. Casos há de
cadáveres roubados para fins supersticiosos e desumanizantes trazendo à nossa cultura um molde
de vida cuja essência ignora sua origem. Que esforços a envidar para mudar este cenário que
ganha ímpeto na “Pátria Amada”? Lembremo-nos que a morte não é o fim da vida. Pois, para
os que crêem em Deus a vida não acaba, apenas se transforma; e desfeita a morada deste exílio
terrestre, adquirimos no céu uma habitação eterna (cf. Missal Romano 509).
A Africae Munus, o compromisso da África, passa pela preservação dos valores culturais
africanos de reconciliação, de justiça e de paz, bem como os de respeito aos mortos e cemitérios.
Lugar primordial nessa tarefa é ocupado pela família que é o núcleo e vértice de toda escola
cultural proeminente ou decadente. De facto, “a família é célula vital da sociedade e da Igreja. É
nela que se plasma o rosto de um povo; é nela que os seus membros adquirem os ensinamentos
fundamentais”, diz Bento XVI.
Portanto, as cogitações acima são apenas um prelúdio das perícias que iremos degustar nos
textos que se nos apresentam a seguir desta modesta introdução. Somos felizardos porque
alimentados pela Palavra de Deus sabemos que Cristo, protótipo dos mortos, abriu-nos as
portas da ressurreição. Por Ele e através dele todo ser humano contempla a sua vida prolongada
para a eternidade e já não teme a morte. Por isso, esforcemo-nos a moldar as consciências do
homem contemporâneo para que seja capaz de valorar os mortos e sua eterna morada. Da morte,
ninguém escapa. Esta verdade trespassa muitos corações, mas vale a pena morrer para ganhar a
vida sem fim na contemplação face a face do Absoluto.
Seja cada um de vós aquecido pelo fogo do amor maternal da Virgem Santíssima!

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