terça-feira, 26 de abril de 2011

CONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA «A VIDA FELIZ»

 O Diálogo sobre a felicidade, é uma obra de índole filosófico de AGOSTINHO DE HIPONA, dedicado ao seu amigo e mestre Teodoro, foi escrita entre os dias 13 e 15 de Novembro do ano 386. Com a intenção de ser um simpósio, oferecido à maneira greco-romana, aos seus familiares (Mónica sua mãe, seu irmão Navígio, o filho Adeodato, dois primos e dois jovens discípulos: Trigésio e Licencio) e seu amigo Alípio, na quinta de Cassicíaco em Milão. O tema, o método e o estilo deste diálogo, trazem consigo marcas bem nítidas de um excelente profissional de Retórica lutando embora, numa dimensão cultural e religiosa, com a crítica implacável àquele saber decadente.

Neste diálogo sobre a felicidade, Agostinho começa por propor aos convivas uma questão bem comum à sua (e à nossa) época: Que é a felicidade? Como é que o homem pode ser feliz? Ressalta nessa discussão a presença de uma filosofia eclética sinal de sua histórica exaustão, amalgamando, mais ou menos inconscientemente, dimensões estóicas, epicuristas, aristotélicas e, acima de tudo, neoplatónicas. Munido desta diversidade de perspectivas, debatendo-se com vivacidade e nem sempre da forma mais ortodoxa, numa ou noutra questão, o diálogo sobre a felicidade, revela-nos um pensamento incoativo já na posse do núcleo da fé cristã, mas à procura da linguagem adequada para a sua inteligência.

Agostinho interpreta a inteligência de fé, desde bem cedo, num duplo sentido, a saber: A superlativa interiorização e o dinamismo transcendental, ou seja, a superior interiorização dos conteúdos da fé e os movimentos da vida orientados a Deus fonte de todo bem. A tese principal de Agostinho nesta obra, está centrada na afirmação de que: «A vida feliz consiste no perfeito conhecimento e na posse ou gozo de Deus, como bem absoluto, perfeito e eterno». (AGOSTINHO, S. 1988, p.11).

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