segunda-feira, 2 de maio de 2011

CRISMA


Origens
Na origem do cristianismo os dois sacramentos, o baptismo e a crisma eram celebrados em conjunto numa só cerimónia. Entretanto, no Ocidente, com o crescimento e multiplicação de comunidades ficou o Bispo impossibilitado de atender a todos ao mesmo tempo, pelo permitiu-se aos presbíteros o baptismo e reservou-se ao Bispo a crisma. Separando-se, assim, os dois sacramentos.
Diversamente, os católicos de rito oriental mantiveram esta tradição antiga, de modo que no momento do baptizado o próprio presbítero que baptiza realiza a crisma com o óleo - mýron - consagrado por um Bispo.
O Catecismo da Igreja Católica ressalta que a prática dos católicos orientais ou de rito bizantino chama mais a atenção da unidade da iniciação cristã, já da Igreja latina exprimiria mais a comunhão do novo cristão com o seu Bispo e, com isto, o vínculo com as origens da Igreja.

Sinais e rito
A unção é antiga na simbologia bíblica, o óleo significa abundância e alegria, é sinal de cura e saúde. Significa purificação e fortalecimento. Pela unção o crismando recebe a "marca" ou o selo do Espírito Santo (2 Cor 1,21-22). Este selo do Espírito Santo diz o Catecismo, marca a pertença total a Cristo, o colocar-se a seu serviço, para sempre, mas também a promessa da protecção divina na grande provação escatológica.
O óleo - santo crisma - é consagrado pelo Bispo na Quinta-feira Santa, durante a missa do crisma, para toda a diocese. No rito latino o sacramento é conferido pela unção do santo crisma na fronte e seguida da fórmula: "recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus". No rito católico bizantino a unção se faz depois de uma oração de epíclese sobre as partes mais significativas do corpo acompanhada da fórmula :"Selo do dom do Espírito Santo".
Todo baptizado não crismado pode ser baptizado, uma única vez, e, segundo o Catecismo da Igreja deve ser baptizado e estar em estado de graça. A tradição recomenda a crisma quando chega a idade da razão. O ministro normal e ordinário deste sacramento, no rito latino, é o Bispo que pode delegar aos presbíteros esta faculdade.
Entretanto, havendo perigo de morte deve-se crismar a criança em qualquer idade, neste único caso a crisma pode ser feita por qualquer sacerdote ou presbítero, mesmo sem licença do Bispo, neste caso o ministro da crisma é o sacerdote por direito próprio e não por delegação do Ordinário ou Bispo (Código de Direito Canónico).

Efeitos

A Igreja afirma que da celebração deste sacramento resulta a efusão especial do Espírito Santo, como outorgado antigamente aos apóstolos por ocasião do Pentecostes, o aprofundamento e crescimento da graça baptismal e do sentido da filiação divina, une o crismando mais solidamente a Cristo, aumenta os dons do Espírito Santo, torna mais perfeita a sua vinculação com a Igreja e concede uma especial graça para testemunhar a fé. A doutrina sobre este sacramento afirma que ele imprime "carácter", como que se deixasse na alma um selo ou marca indelével que vincula o crismando como se fosse uma "propriedade" de Cristo.

Carismas

Segundo a doutrina católica, além dos sete dons o Espírito Santo dá outros dons espirituais chamados de carismas. São dados gratuitamente pelo Espírito Santo. Os carismas não são dados apenas para crescimento individual do indivíduo, mas para crescimento da comunidade. Assim, há o dom de ensinar, o dom do ministério, o dom da exortação, o dom de presidir etc.
Todos esses dons devem ser manifestados com simplicidade e humildade. (1Cor 12, 4-11) Sempre que o Espírito Santo concede um carisma a uma pessoa, Ele visa um fim: o de edificar a Igreja de modo, que todos que a ela se congregue possam usufruir desse carisma.
A Igreja ensina que os dons do Espírito Santo são sete: Sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus; e os seus frutos são doze: Amor, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência os quais se opõem aos vícios e pecados: Luxúria e fornicação, impureza, soberba, gula, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ira, ciúmes, ódio, avareza, ambição, discórdia, inveja e preguiça.

O SACRAMENTO DA CRISMA
1) O que é o Sacramento da Crisma?
Nascidos para a vida da graça pelo Baptismo, é pelo Sacramento da Crisma que recebemos a maturidade da vida espiritual. Ou seja, somos fortalecidos pelo Divino Espírito Santo, que nos torna capazes de defender a nossa Fé, de vencer as tentações, de procurarmos a santidade com todas as forças da alma. Pelo Baptismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.

Pelo Baptismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.

2) MATÉRIA E FORMA

A matéria do Sacramento da Crisma é o Santo Crisma, o óleo da oliveira (azeite), misturado com um bálsamo perfumado e abençoado solenemente pelo Bispo na Quinta-feira Santa. Essa matéria é usada pelo Bispo na cerimônia da Crisma, junto com a imposição da mão sobre a cabeça, quando o ministro traça o Sinal da Cruz com o Santo Crisma na fronte do crismando, dizendo as palavras da Forma.
A Forma do Sacramento da Crisma é: Eu te marco com o Sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Após realizar este gesto, o Bispo dá um leve tapa no rosto da pessoa, para significar que ela é soldado de Cristo, tendo o dever de suportar pacientemente, em nome de Jesus, toda sorte de sofrimentos e de injúrias, defender a Fé quando atacada e conhecer a doutrina.

 

3) Ministro da Crisma
O ministro do Sacramento da Crisma é o Bispo, pois é o pai de todos os fiéis, aquele que lhes confere a maturidade da vida da graça. Em caso de perigo de morte, um simples Padre deve crismar, pois é importante entrarmos no Céu com todas as capacidades de amor a Deus.
A Crisma não é absolutamente necessária para a salvação (uma pessoa não crismada pode ir para o Céu), mas é muito importante receber a Crisma desde cedo: só com a Crisma teremos no Céu a proximidade de Deus e a intensidade de amor que Ele quer nos dar. Além disso, só com a Crisma teremos todas as forças necessárias para vencer as tentações e caminharmos firmemente no caminho da perfeição. De modo que seria grave negligência dos pais se não preparassem seus filhos para receber este Sacramento da perfeição cristã.

4) Instituição da Crisma

Como sabemos que Jesus Cristo instituiu este Sacramento, se não aparece este fato no Evangelho?
Sabemos que verdadeiramente Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Crisma porque os Apóstolos administraram este Sacramento, como aparece nos Atos dos Apóstolos (Atos, 8, 14) e porque a Igreja sempre ensinou esta verdade. Vejam o que já ensinava S. Cripriano, Bispo martirizado no ano 258: “Os batizados serão conduzidos aos Bispos, a fim de, por sua oração e imposição das mãos, receberem o Espírito Santo, e pelo selo do Senhor, serem perfeitos.”

5) Quais são as graças que recebemos pelo Sacramento da Crisma?

Aumento da graça santificante.
Recebemos de modo novo e especial o Divino Espírito Santo, com seus sete dons sagrados.
Imprime o caráter de Soldados de Cristo.
A crisma, como o Batismo e a Ordem, imprime caráter, ou seja, marca de modo indelével nossa alma, de modo que nunca mais perdemos a marca de crismados. Por essa razão não podemos receber a Crisma mais de uma vez, como também o Batismo e a Ordem.
 
6) Quais são os sete dons do Espírito Santo que recebemos de modo especial na Crisma? São eles:



1 – Temor de Deus
2 – Piedade
3 – Fortaleza
4 – Conselho
5 – Ciência
6 – Inteligência
7 – Sabedoria



Mais tarde, no estudo das Virtudes, vamos estudar cada um deles em particular. Por enquanto basta sabermos seus nomes.

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