segunda-feira, 2 de maio de 2011

SANTO ISIDRO LAVRADOR


INTRODUÇÃO
A presente pesquisa, vai abordar fundamentalmente, a vida e obra de Santo Isidro lavrador, dai o interesse primordial não só da sua vida, como também das etapas de desenvolvimento da sua espiritualidade, que o destacam na história da igreja da Espanha e Universal como grande santo, na sua suprema humildade e extrema caridade para com os pobres e os animais, destacando-o como homem de Deus, e como é natural, os homens que recebem a graça de Deus são sempre dispensadores de milagres ao longo da sua vida, mesmo depois da sua partida para a eternidade, há sempre sinais da sua presença no meio do mundo em que viveram; Santo Isidro lavrador foi um desses, tanto na etapa purificativa, iluminativa, como na etapa unitiva. Dai a fácil confirmação do seu processo de beatificação e canonização.

1.VIDA  DE SANTO ISIDRO LAVRADOR
Santo Isidro lavrador, assim conhecido e chamado, nasceu pelo ano de  1081 em Madrid, eram tempos muito trubulentos na Peninsula Hispânica, finais do século XI, porque tratavam-se os combates de reconquista das terras Cristãs aos muçulmanos, eram as horas de estabilizar as muralhas de Toledo rendidas a Afonso VI de Castela e Leão e de reprovar as terras abandonadas; Isidro, de pais pobres, mas tementes a Deus. Foi baptizado na mesma igreja onde repousa  o seu corpo, igreja de Santo André de Madrid. Orfão de tenra idade.
Desposou uma virtuosa donzela de nome Maria, inspirou-lhe bem depressa os seus sentimentos e a sua devoção, tiveram um filho como o único fruto do casamento, ressentiu-se da piedade dos pais. Vendo Santo Isidro as formosas inclinações da mulher, propôs-lhe viverem como irmão e irmã, a isto, se comprometeram por voto. Obrigado a ganhar pelo trabalho das mãos o necessário para o sustento de sua pequena familia, pôs-se ao serviço da casa das Veras de Madrid, obrigando-se a cultivar as terras mediante o salário
2. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL DE SANTO ISIDRO
2.1 ETAPA PURIFICATIVA
O primeiro marco de Santo Isidro, nesta etapa, começa justamente quando faz uma proposta à sua esposa de viverem como imãos por voto e ela concordou porque precentia a vontade de Deus manifestada no seu esposo, que pela graça do Espirito Santo, os dons se estendiam até ela. Isidro, levantava-se de madrugada todos os dias e antes de ir ao trabalho, dirigia-se em visita a algumas igrejas, onde ouvia todos os dias a missa.
Como estava assalariado, fizeram chegar ao seu patrão que ele em vez de ir cedo ao trabalho, se punha a visitar igrejas e o patrão quis avaliar a verdade da denúncia e chegou a saber que o seu rendeiro ia todos os dias rezar a muitas igrejas, julgou pois que a sua fazenda não podia deixar de sentir-se de uma devoção, que lhe robava as primeiras horas do dia. Querendo-o suspender, depois de lhe dar tempo a que chegasse ao campo, apresentou-se o patrão todo irado, mas ficou muito espantado ao ver de longe duas charruas ao lado de Isidro, puxadas a bois brancos, mas quando se aproximou delas, elas desapareceram e ficou bonaçoso e cumprimentou graciosamente o lavrador e em tom afável disse-lhe: «Confessa me Isidro, donde eram aquelas duas charruas que trabalhavam consigo e desapareceram à minha chegada?[1]» «Não sei, respondeu o santo, que eu tenha outro socorro se não Deus; invoco-O no inicio do meu trabalho, e nunca o perco de vista durante o dia[2]». O senhor Vera compreendeu o que significava a sua visão e qual era o merecimento do seu trabalhador, e exortou-o a não alterar nada em suas práticas de devoção; reconheceu que em toda a região não havia campo melhor cultivado como o dele. Daqui, Isidro não só conheceu-se a si mesmo, como também a notícia começou a divulgar-se que ele era homem de Deus, assistido com e por graças especiais.
2.2 ETAPA ILUMINATIVA (Proficiente)
Santo Isidro, com um dom de oração muito sublime que tinha recebido, punha-o sempre em continua contemplação. O seu amor à Santissíma Virgem, parecia ter-se antessipado ao uso da razão; a Ave Maria, era a sua oração favorita, não falava da mãe de Deus se não com entusiasmo.
A sua caridade para com os pobres era extrema e deve considerar-se de milagre, devido a quantidade de esmolas que dava e Deus fazia muitos milagres para autorizar as suas liberdades e a sua confiança. Tendo um dia destribuido tudo o que tinha aos pobres, apareceu um, a quem não pôde resolver-se a recusar de esmola; sua mulher, tendo buscado por todos os escaninhos, declarou-lhe a impossibilidade em que estavam de o socorrer. « Tu não tens confiança, torna-lhe o santo; procura com um pouco mais de fé e acharás que dar de esmola[3]». O acontecimento acreditou a predição; uma abundância miraculosa se lhe deparou subitamente em casa, grande número de pobres foi contemplando e a mulher compreendeu quanto a caridade torna a confiança eficaz.
Não era somente a favor dos pobres que Deus autorizava a sua caridade; a compaixão pelos animais foi muitas vezes acompanhada de milagres. Indo um dia moer trigo, viu todo o campo coberto de neve e, sobre uma árvore, grande número de aves, prestes a morrer de fome, impressionou-se deles e espalhou parte do trigo dizendo com simplicidade e douçura: « Comei avezinhas, Deus dá abundante para todos»[4]. Um dos amigos, que acompanhava, riu-se de tal simpleza e tomou-á por imbecilidade, mas peniteciou-se logo que viu, ao chegarem ao moinho, que os sacos de Isidro se encontravam mais cheios do que antes de ter espalhado o trigo para as aves; o censor transformou-se em panegirista da maravilha. Santo Isidro, passava os dias nessa santa obscuridade, desconhecido pelos grandes do mundo, confundido entre os pobres lavradores.
2.3 ETAPA UNITIVA (Perfeitos)
Santo Isidro, tinha a graça de viver em união com Deus, na plena caridade, que o identificava com Cristo, ao ponto de ter o privilégio, de prever o dia feliz em que o Senhor queria terminar os seus trabalhos; tendo caido doente, preparou-se para esta última hora, com novo fervor, abrasado no amor de Deus, cheio de virtudes, cumulado de merecimentos, morreu a 15 de Maio de 1130, na idade de cerca de cinquenta e cinco ou sessenta anos.
Apenas expirou, Deus manifestou a glória do seu servo por grande número de milagres, que tornaram o seu túmulo glorioso e célebre, por toda a Espanha; o seu corpo ficou todavia por espaço de quarenta anos enterrado sem distinção no cemitéro na Paróquia de Santo Andre de Madrid. Mas santo Isidro apareceu em sonhos ao um pobre homem que o tinha conhecido, e disse-lhe que procedesse por forma que o seu corpo fosse exumado do cemitério para ser colocado na igreja em lugar mais decente. Tendo ele por timidez ou desconfiança negligenciado a ordem, foi punido com grave enfermidade, de que se não pôde curar, se não no dia da transladação do santo corpo.
O tempo decorrido desde a transladação, tendo sido cheio de milagres seus, Paulo V, depois de todas as informações e formalidades ordinárias, resolveu publicar a bula da sua beatificação no ano de 1619.
O zelo, desenvolvido pelo rei Filipe III para apressar essa beatificação, foi em breve recompensado. Voltava ele de Lisboa, quando enfermou em Casarubios del Monte; os médicos desesperavam-lhe de lhe salvar a vida. Todos os rémedios eram inúteis, foi preciso recorrer a poderosa intercessão do santo lavrador. Enquanto se celebrava a missa em sua honra na igreja de santo André, pela saúde do rei, um correio trouxe a notícia de que estava nos últimos momentos, e tinha já perdido todo o conhecimento. A consternação foi geral; mas a confiança na proteção do santo susteve as lágrimas, sobretudo quando se soube na cidade que, por ordem dos magistrados, se ia levar o caixão do santo ao quarto do rei enfermo. Colocaram o caixão sobre uma espécie de carro magnificamente adornado. O príncipe herdeiro saiu a receber a santa reliquia com toda a corte a entrada do parque, e acompanhou-a até ao quarto do rei, seu pai,e quando o rei viu, ficou no mesmo instante completamente curado.
Cumpridas todas as formalidades, foi canonizado por Gregório XV, a 22 de Março de 1622, juntamente com os santos Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa de Ávila e Filipe Néri.


[1]. Cfr. José Leite sj, SANTOS DE CADA DIA, Editorial A.O. Braga 1985. P. 98
[2] . Cfr. WWW. Wakpédia, SANTOS DE TODOS OS DIAS, 12-05-2005
[3] . Cfr. José Leite sj, SANTOS DE CADA DIA, Editorial A.O. Braga 1985. P.99
[4] . Cfr. Idem.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ensinamento bíblico sobre a santidade

Ensinamento bíblico sobre a santidade A ideia da santidade não é exclusiva da Bíblia judeu-cristã mas, também se encontra em diversas c...