quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A VENERAÇÃO DE IMAGENS


A VENERAÇÃO DE IMAGENS: O desafio de um Cristão Católico
Aveneração que se presta às imagens na Igreja Católica é algo imponente que culmina na acusação segundo a qual nós, católicos, somos adorares de imagens e idólatras, entre outros atributos que, por vezes, nos colocam num embaraço labirintoso. Quero crer que este é o desafio de todos nós, sobretudo os catequistas e seus catequizandos ante os cristãos das seitas, os evangélicos, os ditos protestantes e os demais pretenciosos do monopólio da verdade cristã. Não posso precisar quantas vezes eu já me vi em situações de empecilho com irmãos de outras confissões religiosas no que diz respeito a esse assunto. E até de testemunhos de meus irmãos católicos que se viram desafiados sem respostas adequadas diante da realidade que confessamos com maior afinco.
Muitos de nós já experimentamos a angústia de não ter resposta diante deste repto tão fascinante e preocupante para aqueles que estão apreensivos em tirar a trave que está nos olhos do seu próximo sem primeiro tirar a sua trave. A estes, Jesus repreende-os veementemente “Como podes dizer ao teu irmão:´irmão, deixa-me tirar o argueiro da tua vista`, tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás para o argueiro da vista do teu irmão” (Lc 6,42; Mt 7,3-5). No universo deste floriado de dúvidas, emergiu no meu tacanho raciocínio o interesse de desenhar algumas linhas de pensamento que me sirvam de orientação perante aqueles que auguram saber com maior densidade o porquê da veneração das imagens de Jesus, de Nossa Senhora e dos santos. Quero crer que esta apostila pode vir a servir aos demais irmãos que dele se depararem. O tema que me coloquei como sugestação de reflexão é “A veneração de imagens: o desafio de um cristão católico”.
Meus irmãos, confesso-vos que a ignorância da doutrina ensinada pelo Magistério milenar da Igreja, faz-nos ferver de raiva, frustração e ficamos indecisos ou com ideias confusas quando nos confrontam ferozmente. Daí segue o bloqueio de não saber se continuamos a crer no que vinhamos crendo ou melhor abandonar e seguir os anticristos, isto é, os falsos profetas. Muitos dos nossos já caíram, infelizmente, nesta armadilha e a força do vento os arrastou ao lamaçal. Mas uma advertência é sempre válida: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos, os conhecereis” (cf. Mt 7,15-16).
Portanto, precisamos de haurir um conhecimento exaustivo sobre a nossa fé. Precisamos, ademais, de aprender aquilo que professamos e é preservado com uma história que perdura pelos seculos imemoráveis. Na verdade, na Igreja Católica, nós não adoramos imagens. Quem foi que vos atestou isso? Quem foi que vos ensinou uma doutrina contrária àquela que vos foi transmitida? Nãos vos entristeceis! De cabeça erguida, fé firme e doutrina sábia vamos mergulhar agora no mar dos ensinamentos da Santa Madre Igreja Católica sobre a veneração das santas imagens.
Atesto-vos sem margem de erro que os católicos nunca adoram imagens. Eles veneram com máximo respeito e espiritualidade as imagens sagradas, a Cruz, as de Nossa Senhora e as dos santos. Eis por isso que o núcleo fundante desta veneração encontra seu eco na Encarnação do Verbo. Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica 2129: “Não farás para ti nenhuma imagem esculpida...” é uma «imposição divina que comportava a interdição de qualquer representação de Deus feita pela mão do homem». Isto é consequência do desencontro entre o povo e Deus, pois o pacto de aliança  mediante o qual Deus se revelou ao seu povo no monte Horeb foi celebrado de forma simbólica transcendental: o povo não viu a Deus face a face, porque Este se manifestou “do meio do fogo” (Dt 4,15-16). Ele revelou-se de forma completamente transcendente e imanente. Imanente porque Deus sempre caminhou e caminha na economia da salvação juntamente com o seu povo; sempre unido ao povo e nunca lhe abandona apesar da prostituição do povo aos Baais das outras tribos vizinhas. De facto, a glória e prosperidade de Israel dependeram sobremaneira da união e presença inquestionável de Deus junto ao seu povo, na máquina governamental fazendo da trindade imanente ligada à trindade económica, o ser de Deus e sua práxis, o Reino e o Governo coabitando eternamente. Por outro lado, a revelação de Deus no Horeb foi transcendente pois Ele perrmaneceu de forma ideal; o povo não o viu com os seus próprios olhos; Ele permaneceu aquém do nosso poder de enxegrgar e conhecê-lo. Contrariamente ao que se imagina sendo o imperativo categórico para a não veneração de imagens, no Livro de Números Deus permitiu a instituição de imagens, que conduziriam simbolicamente à salvação pelo Verbo Encarnado. Como exemplo disso encontramos a serpente de Bronze (Nm 21,4-9) por meio da qual o povo gozava da a cura dos malefícios da caminhada.
Como disse acima, o mistério da Encarnação de Jesus Cristo sela peremptoriamente o interdito que barrava o culto às imagens. Contra os icnoclastas o sétimo Concílio Ecuménico, segundo de Niceia (787) atesta que “Encarnando, o Filho de Deus inaugurou uma nova economia das imagens”. Aliás, “O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. Com efeito, a honra prestada a uma imagem remonta ao modelo original e quem venera uma imagem venera nela a pessoa representada. A honra prestada às santas imagens é uma veneração respeitosa, e não uma adoração, que só a Deus se deve” (CIC, 2132).
Fechando esta singela reflexão, exorto aos pretencisos à prudência no uso dos termos: adoração e veneração. Uma coisa não é outra. São dois termos distintamente distintos e inconfundíveis a quem para tal se orienta. O culto das imagens sagradas funda-se no mistério da encarnação do Verbo de Deus. E não é contrário ao primeiro mandamento da lei de Deus. Por isso muita atenção e prudência nos juízos: “Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos” (Mt 7,1-2).
Cantífula de Castro


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