segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DIAGNÓSTICO PRE-IMPLANTATÓRIO

O DIAGNOSTICO PRÉ-IMPLANTATÓRIO
O diagnóstico pré-implantatório é uma forma de diagnóstico pré-natal ligado às técnicas de fecundação artificial, que prevê o diagnóstico genético dos embriões formados in vitro, antes da sua transferência para o seio materno. Realiza-se com o objectivo de ter a certeza de transferir para a mãe só embriões sem defeitos ou de um determinado sexo ou com determinadas qualidades particulares (cf. IDP, 22).
O diagnóstico pré-implantatório é, por isso, expressão da mentalidade eugenética que aceita o aborto selectivo para impedir o nascimento de crianças afectadas por vários tipos de anomalias. Semelhante mentalidade é ignominiosa e absolutamente reprovável, porque pretende medir o valor de uma vida humana apenas segundo parâmetros de normalidades e de bem-estar físico, abrindo assim a estrada à legitimação do infanticídio e da eutanásia. Tratando o embrião humano como simples material de laboratório, opera-se uma alteração e uma discriminação também no que se refere ao próprio conceito de dignidade humana. A dignidade pertence de forma igual a cada ser humano e não depende do projecto parental, da condição social, da formação cultural, do estado de desenvolvimento físico (cf. IDP, 22).
O diagnóstico pré-natal permite a detecção de doenças genéticas ainda durante a gravidez. Ele antecipa aos casais o conhecimento da saúde genética do feto e permite opções de conduta. Felizmente, o diagnóstico pré-natal proporciona um resultado normal na grande maioria dos casos, reduzindo a ansiedade dos pais e permitindo uma gravidez tranquila. O procedimento inclusive permite aos casais optarem por gravidezes mesmo em situações de alto risco em que normalmente refreariam sua reprodução[1]. Neste sentido, o diagnóstico pré-natal é o processo de acompanhamento médico destinado à gestante e ao futuro bebé durante a gravidez e que permite detectar anomalias congénitas antes do nascimento. É uma opção do casal e é importante que essa opção seja tomada com conhecimento das vantagens e riscos dos exames disponíveis[2].

7.1. Importância do diagnóstico pré-implantatório
No que concerne a situação da mulher de hoje, considerando a sua ascensão sociopolítica e económica tornou-se mais exigente em termos de acompanhamento, cobrando um maior suporte e atenção a nível médico. Para isso, o diagnóstico pré-natal é muito importante para que se tenha uma assistência também psicológica e emocional para a mulher, pois este é um período no qual a mulher vive uma fase mais sensível, mais emotiva, onde surgem muitas dúvidas e medos. E é fundamental que possamos também orientá-las e ajudá-las a se situar de uma maneira equilibrada e tranquila, simplesmente voltada às sensações boas e novas que ela começa a apresentar. Através de um acompanhamento é possível assegurar maior equilíbrio à gestante. A assistência pré-natal deve ser iniciada assim que a possibilidade de gravidez for considerada, geralmente devido a um atraso menstrual. Quanto mais depressa for iniciado este acompanhamento, melhores serão os resultados obtidos e, por isso, deve começar, preferencialmente, antes da 12ª semana de gestação.

7.2. Objectivos
O acompanhamento pré-natal é destinado à gestante e ao bebé e tem como objectivo a prevenção, orientação, esclarecimento e diagnóstico de qualquer alteração da saúde da gestante ou do bebé para garantir uma boa evolução das gestações, devido: à identificação adequada e precoce dos pais ou familiares que possam afectar a gravidez; à orientação e ao esclarecimento de dúvidas; ao conhecimento da saúde genética do feto; à prevenção de factores que possam afectar a gravidez e ao diagnóstico de qualquer alteração da saúde da gestante ou do feto.

7.3. Finalidade
O diagnostico pré-natal é útil para vigiar a evolução da gravidez; programar o parto; antever complicações no parto e no recém-nascido; descobrir condições dos pais que possam afectar a gravidez presente ou futuras. Porém, caso os pais prefiram, «A interrupção duma vida, feita num estágio precoce ou avançado, não muda substancialmente quanto ao efeito real e quanto ao juízo ético, a não ser no juízo daqueles que, consideram que o embrião precoce ainda não é um indivíduo com o valor de pessoa humana»[3].
Saibamos que o problema do diagnóstico pré-implantatório é o aborto selectivo onde é bem conhecido que uma resposta positiva sobre a existência de uma doença de origem genética ou duma grave má formação que justifique o abordo voluntário, pode dar lugar, muito frequentemente, ainda que necessariamente, à difusão do aborto selectivo[4].
O aborto «é a morte deliberada e directa, independentemente da forma como é realizada, dum ser humano na fase inicial da sua existência, que vai da concepção ao nascimento» (IDP, 23). Assim, o uso dos meios de intercepção e de contra-gestação reentra no pecado do aborto, sendo gravemente imoral e quem o pratica ou facilita tem pecados graves segundo o direito canónico. Dentre os exames que são feitos para este fim destacamos a ecografia que permite detectar más formações de tipo somático que em grande parte, podem ser enfrentadas com terapias após o nascimento e também na fase endo-uterina, quando seja necessário antecipar a intervenção e a mesma seja possível. A ecografia também é empregue em associação com os diagnósticos de tipo genético na fase de estudo do feto e de colheita das células ou dos tecidos fatais[5].

7.4. A quem se destina especialmente?
O diagnóstico Pré-Natal é para acompanhar gravidezes de alto risco, isto é, quando existe, por vários motivos, uma viabilidade mais elevada do que o habitual de se produzirem complicações na gravidez ou do próprio feto poder ser afectado por alterações ou más formações congénitas. A gestante deve prestar bastante atenção à si mesma, ao seu corpo e à sua alimentação; cumprir uma dieta equilibrada comendo frutas, verduras, carnes, ovos, queijo e beber leite. Pão, doces, bolos, gorduras e refrigerantes devem ser ingeridos com moderação. E procurar manter um ritmo de vida tranquilo, sem exageros de trabalho, de esforços ou de alimentação. O consumo de álcool, drogas ou tabaco, podem provocar danos graves ao bebé.


[3]E. SGRECCIA, Op cit., 427.
[4]Cf. Ibidem, 428.
[5] Cf. E. SGRECCIA, Op cit., 428.

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