domingo, 12 de junho de 2011

ENRAIZADOS E EDIFICADOS EM CRISTO, FIRMES NA FÉ (cf. Col 2,7) II

Caríssimos irmãos em Cristo, como o Apóstolo Paulo nas suas epístolas, assim também eu ouso endereçar-vos a graça, a paz, o amor e a misericórdia de Cristo Nosso Senhor; que elas reinem para sempre em cada um de vós.
Gostaria de reflectir convosco, de forma sucinta, este tema, que a meu ver, enquadra-se bastante bem na dinâmica do tempo em que nos encontramos. Pois, nos dias que correm há uma forte tendência vertiginosa de relativizar e excluir Deus na vida das pessoas e da sociedade. Portanto, pensa-se que as pessoas são o princípio e o fim de tudo com o risco de cair num humanismo exacerbado. Mas no fim, descobre-se que a nossa vida não tem sentido sem Deus.
A nossa experiência de fé é uma ascensão à “montanha que é Cristo”. E a passagem para Deus está completamente entretecida desta dúplice dinâmica: ir a Deus de mãos vazias e arreigar-se n`Ele confiante à sua providência. Por isso, cada baptizado mergulhado na páscoa de Cristo, n`Ele aceita morrer para o pecado e viver para Deus. Ele sai de si próprio e escolhe viver em Cristo, para Deus e os irmãos. Ele abandona-se nas mãos de Deus que o escolheu primeiro a fim de penetrar no segredo das “coisas divinas”, e mais ainda no segredo do outro numa caminhada de amor.
Cada um de vós, enraizado e edificado em Cristo deve ser portador daquele amor que Cristo manifestou na humanidade doando gratuitamente a sua vida por todos nós. Daí que, amar é perder-se pelo outro e no outro, não mais pensar em si, não mais buscar seu próprio êxito, mas preocupar-se com o verdadeiro bem do outro.
Temos motivos de nos gloriarmos com Cristo e plasmar a nossa conduta tendo-o como modelo. Porque em Cristo, Deus torna-se um rosto, e o homem, por sua vez, conhece o seu verdadeiro rosto. Por isso mesmo, devemos contemplar Cristo no rosto de cada um que se alegra, que festeja ou então, cada um que se entristece e se encolhe porque falta alguém que o ampare na sua situação.
Caríssimos, tenho plena certeza de que a sede do infinito, a sede de Deus é o aguilhão principal que deve guiar a vida de cada cristão, e da vossa vida particularmente. Eis porque «o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Deus» (S. Agostinho). Conscientes de que o verdadeiro encontro com Deus acontece além da páscoa, deveis firmar a vossa fé em Cristo e pautar por atalhos que conduzem à «construção da família de Deus, na qual a plenitude da lei será o amor» (cf. Gaudium et Spes, 32). A vossa experiência de fé deve traduzir-se em actos concretos de amor porque «o amor é de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus» (1Jo 4,7). De facto, Deus nos ama e convida-nos à aventura do amor «amar a Deus com todo coração e ao próximo como a nós mesmos» (cf. Mt 22,32-34).
Para terminar esta minha modesta reflexão, desejo-vos a todos uma frutuosa jornada juvenil. Orai pelas vocações sacerdotais e à vida religiosa para que não faltem operários para a messe do Senhor. Que a bênção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo oriente os vossos propósitos e acompanhe cada passo da vossa vida para a edificação de um mundo melhor. Que Maria Mãe do eterno Sacerdote (PO, 12), Nossa Senhora Aparecida vos cumule do seu calor materno.
Bem-haja a todos vocês!

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