terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Concilio de Trento (1545-1563)

O Concilio de Trento dedica explicitamente ao tema da penitência o Decreto sobre o sacramento da penitência e da extrema unção (1551). Os pontos fundamentais são: o pecador é justificado gratuitamente por Deus por meio da graça que jesus Cristo mereceu com a sua paixão e morte na cruz; esta graça se recebe atraves da fé e do baptismo; o fé não elimina o libero arbitrio, o homem pode colaborar com a graça e acolhe-la ou pode recusa-la e obstinar-se no pecado (neste caso se perseverar no pecado sem arrependimento até o fim da vida vai se perder eternamente); o homem não pode merecer a graça que é sempre um dom gratuito de Deus, mas pode livremente dispor-se a acolhe-la ou recusa-la; o baptismo nos livre da os pecados mas não da inclinação a pecar (concupiscência) que em si não é pecado mas conduz ao pecado. O Concilio de Trento afirma a reiterabilidade do sacramento da penitência, a necessitade de se confissar para todos os baptizados que se mancharam de uma culpa mortal (=contra um dos dez mandamentos).
Ao terceiro capitulo do Decreto se retoma integralmente a doutrina ja elaborada por S. Tomas d’Aquino: a forma do  sacramento na qual principalmente reside toda e sua eficacia é a formula de absolução na sua parte declarativa “Eu te absolvo...”. Os actos do penitente a atrição-contrição, a confissão e a satisfação constituem quase-materia e sem os quais o sacramento não é integro e e a remissão dos pecados não é plena e perfeita.
Os capitulos a seguir descrevem os varios actos do penitente.
A contrição que é a dor  e a reprovação dos pecados comitidos acompanhado da o proposito sincero de não pecar mais. A contrição para ser considerada perfeita deve manifestar uma profunda confiança na misericordia de Deus e tambem o desejo de cumprir todas as condiçoes necessarias para receber este sacramento (abandono do pecado, comprimisso serio na conversão). A caridade, as vezes, pode tornar perfeita a contrição e nestes casos pode reconciliar com deus tambem antes de receber a graça sacramental com a confissão feita a um sacerdote. Ma se deve dizer que esta contrição perfeita não pode excluir o proprosito de receber o sacramento o mais cedo possivel. A atrição (quando a dor dos pecados  não é perfeito) se é acompanhado da vontade sincera de não mais pecar e da esperança de receber o perdão de Deus é um dom do Ceu  e um impulso do Espirito Santo, que embora ainda não mora na alma do penitente, é uma ajuda a se preparar a receber a graça de Deus no sacramento da penitência.
A confissão dos pecados feita a um sacerdote faz parte da integridade do sacramento e é intendida na fé da Igreja como uma istituição divina feita por Jesus Cristo por meio da Tradição. Esta comporta a obrigação de confissar plenamente  todos os pecados mortais, um por um, apos de um diligente exame de consciência. Se apesar de um tale exame o penitente sinceramente não se lembra de algun pecado mortal este fica perdoado na mesma confissão. Ao o fim da confissão o sacerdote da um juizo sobre os pecados comitidos e da a relativa penitência, e só apos  da formula da absolução é que os pecados ficam perdoados por Deus. Deus perdoa por meio do seus sacerdotes que o representam efectivamente durante a celebração dos sacramentos. No sacerdote é Deus que perdoa. O sacerdote não atesta simplizmente o perdão mas exercita uma podestade similar a aquela dos juizes quando emitem uma sentência. Portanto o fiel não se pode basear só sobre a contrição interior dos prorprios pecados para obter o perdão de Deus mas é necessaria para ser perdoado a formula de absolução pronnunciada da o sacerdote na celebração do sacramento. O poder de perdoar Deus o conferiu só aos bispos e aos sacerdote com a delega do bispo.
A satisfação é outro ponto fundamental da critica luterana. Os padres conciliares sublinham o valor das obras de penitência que não servem para nos obter o perdão que é dato gratuitamente da graça de Deus mas tem função medicinal (corrigir e ajudar o pecador a afastar-se do mal e tratar as feridas espirituais) e expiatoria (reparar  o mal comitido). Quando se comite um pecado mortal se produz uma culpa e duas formas  de pena: eterna e temporal. “O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus, e portanto torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação chama-se pena eterna do pecado. Por outro lado, todo o pecado traz consigo um apego desordenado as criaturas, o qual tem de ser purificado, quer nesta vida que depois da morte no estado que se chama Purgatorio. Esta purificação liberta do que se chama a pena temporal do pecado” (Catecismo da Igreja catolica n.1472). A culpa e a pena eterna são canceladas com o perdão de Deus que se recebe com a formula de absolução e o pecador retoma a sua inocência baptismal e se restabelece a comunhão com Deus. “Mas subsistem as penas temporais que se reparam fazendo obras de penitência sobre esta terra em união ao sacrificio de Jesus Cristo na cruz, suportando pacientemente os sofrimentos e as provoações de toda a especie, enfrentando serenamente a morte, praticar obras de misericordia e de caridade, bem como orar e outras obras de penitência” (CIC 1473). Portanto as obras possuem um valor redentivo de purificação se estas são realizadas em comunhão com os sofrimentos de Cristo a quem o pecador se une para dar o seu contributo a expiação das penas temporais. São Paolo chama isto completar na propria carne aquilo que falta a cruz de Jesus.
No contesto desta doutrina penitencial é que podemos entender as indulgencias. “A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santo. A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcialmente ou totalmente da pena devida pelos pecados. Todos os fiéis podem adquirir indulgências  para si mesmos ou aplicá-las aos defuntos. (CIC 1471)
Portanto com as indulgencias se pode diminuir e até cancelar totalmente as pena temporais em favor de si mesmo ou em favor das almas do Purgatorio.
Sempre no mesmo Decreto do 1551 se afirme que se o penitente é em pecado mortal para receber a eucaristia é necessario confessar-se antes.
Apos do concilio de Trento a teologia do sacramento da Penitência no ambito catolico não houve avançamentos importantes.

Sec. XX
No sec. XX a teologia do sacramento da penitência re-descobre o tema da pax cum ecclesia come efeito imediato da absolução dos pecados. A comunhão com a Igrja é sinal eficaz da plena comunhão com Deus.
Outro tema que é bastatemente sublinhado é a conversão vista como uma dimensão permanente da vida do cristão. Nunca podemos dizer de ser completamente e plenamente convertidos a Jesus Cristo. Este é um processo que dura toda a vida. Portanto o sacramento dea penitência recebe o seu maximo sentido só se desevolve dentro de um compromisso serio de conversão. O perdão automatico com uma celebração meccanica do sacramento sem uma vontade sincera e seria de se afastar da os pecados não nos leva a santidade. O acto sacramental isolado que não é baseado em um caminho de conversão concreto perde muito do seu sentido. Confessar-se e depois continuar nos mesmos pecados sem fazer o mais pequenino esforço por evitar o mal e assim abrir-se ao acolhimento do projecto de santidade que Deus nos propoe significa não entrar na profundeza do plano de salvação e não experimentar a beleza da nossa fé que é a comunhão com a Santissima Trindade e com todos os seus santos e anjos.

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