terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Pronunciamento dos Bispos Moçambicanos

As Cartas Pastorais
Na sua primeira Carta Pastoral, “Viver a Fé no Moçambique de Hoje os novos Bispos locais, descreveram as suas inquietações sobre o que estava a acontecer nas mãos do novo governo.
Dom Manuel Vieira Pinto, então Arcebispo de Nampula, na apresentação da carta supra citada, diz o seguinte: “A Igreja de Moçambique não se opôs, propriamente, à nacionalização das estruturas que nas missões serviam o ensino, a saúde, a promoção humana, mas opôs-se a que as mesmas nacionalizações servissem de pretexto para confiscar bens que nada tinham a ver com o ensino ou com a saúde, para intimidar as comunidades cristãs ou para limitar injustamente o exercício da liberdade religiosa”.
Citando exemplos mais recentes:
A III Assembleia Nacional de Pastoral, no seu número 14, reza o seguinte: “os meios de comunicação social (…) ganharam uma importância muito grande para as pessoas nos últimos tempos. Põem em comunicação pessoas, sociedades e povos, encurtando distâncias enormes. Fala-se hoje da “revolução” destes meios, devido à sua influência nas pessoas (…). É verdade que estes meios também são vistos como sendo moralmente maus. Mas tudo depende de quem os usa. Eles são apenas instrumentos, que podem ser bem ou mal usados. Em si são um bem que Deus concedeu ao homem, graças à inteligência do mesmo homem.
Por isso, a Igreja os usa e os recomenda às instituições, como óptimos meios de evangelização e de formação das consciências”.
A 25 de Agosto corrente (2009) , os Bispos publicaram uma Carta pastoral com o titulo “Exigências de eleições livres, justas e transparentes”. Aqui, os prelados estão conscientes da potência destes meios, de modo que fazem uma advertência:
“De uma maneira geral verifica-se que o partido no poder goza de privilégios na divulgação das suas acções, ou seja, há uma manifesta tendência dos serviços púbicos de informação cobrirem eventos do partido no poder em detrimento de outros partidos. A consequência desta atitude é o progressivo descrédito do povo em relação a determinados órgãos de informação” (número 4.4).

A Rádio (Católica) Como Meio de Evangelização
Os meios de comunicação social católicos, e no nosso contexto a rádio, devem desfrutar da possibilidade da sua emissão para anunciar a “Boa Nova” tanto aos católicos assim como àqueles que não o são, na possibilidade de também estes se converterem. Uma vez que “pode-se recorrer aos media, tanto para proclamar o Evangelho, tanto para afasta-lo do coração do homem”, à Igreja cabe o papel de fazer destes meios o campo onde frutifica o Evangelho. O lugar onde os homens e as mulheres do nosso tempo encontram o conforto e a companhia da Palavra divina nas suas vidas.
A Rádio pode ser um grande veículo de Evangelização para os elementos que já fazem parte da Igreja. São estes que, conhecendo a riqueza da Palavra de Deus, sentem mais fome de escutá-la. Por isso, é de promover a escuta da Palavra de Deus, as reflexões bíblicas e catequéticas e outros tipos de alimentação espiritual dos fiéis.
Este papel desempenhado pelos media no fortalecimento da fé dos cristãos é reconhecido pelo Magistério da Igreja, quando num dos seus pronunciamentos diz o seguinte: “A vida religiosa de muitas pessoas é grandemente enriquecida através dos mass media. Eles transmitem notícias e informações acerca dos eventos, ideias e personalidades religiosas: servem como veículo para a evangelização e para a catequese. Todos os dias, oferecem inspiração, encorajamento e oportunidades de culto a pessoas confinadas na própria casa ou em instituições”.
Com muita razão, o mesmo Documento afirma mais adiante, sobre a necessidade do uso dos meios de comunicação social para a evangelização: “Além dos numerosos meios tradicionais, como o testemunho de vida, o ensino do catecismo, o contacto pessoal, a piedade popular, a liturgia e outras celebrações semelhantes, a utilização dos media é essencial para a evangelização e para a catequese… De facto, ‘a Igreja se sentiria culpada diante do seu Senhor se não utilizasse estes meios potentes, que a inteligência humana os rende cada dia mais aperfeiçoados. Os meios de comunicação social podem e devem ser instrumentos ao serviço do programa de re-evangelização e de nova evangelização da Igreja”.
São várias as situações que podem levar a que um indivíduo acompanhe a Missa através da rádio. Temos os casos de doentes ou aleijados que não podem movimentar-se para longe dos seus leitos, temos aqueles que não podem ter assistência dos sacerdotes e muitos outros casos. A estes, o Magistério da Igreja encoraja a escuta da Palavra de Deus através da rádio, ou de outros meios de comunicação social: “Vai considerado o recurso aos instrumentos de comunicação social para alcançar os países, os ambientes, as pessoas a quem o apostolado da Palavra não pode chegar directamente devido a particulares situações, pela escassez dos ministros, ou porque a Igreja não pode exercer livremente a sua missão”.

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