terça-feira, 25 de setembro de 2012

A PLURALIDADE TEOLOGICA

1. DEFINIÇÃO DE TEOLOGIA
A Teologia mais do que um discurso sobre Deus, é um discurso sobre a Palavra de Deus com o objectivo de compreender e aprofundar o seu conteúdo. Assim, ela é uma ciência da fé, ou seja, uma reflexão sistemática sobre a revelação.

3. PLURALIDADE TEOLÓGICA. POR QUÊ?
Há pluralidade teológica porque a atestação escriturística do que foi revelado em Cristo, ou seja, a normatividade da Sagrada Escritura, é já formalmente em si mesma fruto e êxito de uma tradição plural que deveria abrir e habilitar a plurais hermenêuticas. Aliás, o exemplo mais evidente disso é que Cristo é um só, mas os evangelhos são quatro e não são certamente a fotocópia um do outro. Embora os discípulos pregassem o mesmo e único evangelho de Jesus Cristo, o apresentavam de maneiras diferentes. E mais, toda a Bíblia regista pluralidade de tradições e aparece como um corpo bem compaginado, mas não feito de membros iguais. Por outro lado, a pluralidade teológica se justifica porque a Bíblia é uma sinfonia de testemunhos, todos eles oferecendo algo sobre o que é Deus para os homens.

4. O MAGISTÉRIO DA IGREJA
O Magistério da Igreja é a função que a Igreja goza de ensinar aos fiéis e a autoridade que por expressa disposição de Cristo custodia e interpreta autenticamente a revelação divina.

6. RELAÇÃO ENTRE TEOLOGIA E SAGRADA ESCRITURA
Como sabemos, a ligação intrínseca entre Palavra de Deus e fé põe em evidência que a autêntica interpretação da Sagrada Escritura só pode ser feita no âmbito da fé. Portanto, sem a fé, não há chave de acesso ao texto sagrado. Aliás, a Bíblia é o livro da Igreja e, a partir da imanência dela na vida eclesial, brota também a sua verdadeira hermenêutica. A própria sagrada teologia apóia-se, como em seu fundamento perene, na Palavra de Deus escrita e na Tradição, porque ambas, Tradição e Escritura, constituem a Palavra de Deus, AA qual se deve crer com fé divina e católica.
Tratando-se de um texto escrito pelo povo de Deus e para o povo de Deus, o “estudo destes sagrados livros deve ser como que a alma da sagrada teologia”. Portanto, a teologia empenha-se no aprofundamento do sentido das Escrituras a meio de imensos problemas que se colocam na investigação bíblica. Daí que existe uma relação fecunda entre Sagrada Escritura e teologia. Visto que, na Palavra bíblica, Deus caminha para nós e nós para Ele. E isto exige aprender a penetrar no mais profundo das Escrituras por meio da teologia. Assim, a Sagrada Escritura é alma da teologia enquanto se reconhece nela a Palavra que Deus hoje dirige ao mundo, à Igreja a cada um pessoalmente. Portanto, há um cruzamento entre a Palavra de Deus e a vida e missão da Igreja porque Deus se dá a conhecer em diálogo, Ele se comunica amavelmente a nós.

7. RELAÇÃO ENTRE SAGRADA ESCRITURA E TRADIÇÃO VIVA DA IGREJA
Existe um vínculo muito profundo entre a Sagrada Escritura e a Tradição. Pois, a Tradição viva é essencial para que a Igreja possa crescer na compreensão da verdade revelada nas Escrituras. De facto, é a Tradição viva da Igreja que nos permite compreender adequadamente a Sagrada Escritura como Palavra de Deus. Embora o Verbo de Deus preceda e exceda a Sagrada Escritura, todavia, enquanto inspirada por Deus, esta contém a Palavra divina de modo totalmente singular. Pela Tradição conhecemos o cânon dos livros sagrados e a própria Sagrada Escritura entende-se nela mais profundamente, tornando-se mais operante cada vez mais. A Sagrada Escritura e a Tradição constituem um só depósito da Palavra de Deus, confiado à Igreja. Ambas derivam da mesma fonte divina e tendem ao mesmo fim. Esta Tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo.

10. O FUTURO DAS TEOLOGIAS DO TERCEIRO MUNDO
O futuro das teologias do terceiro mundo é promissor embora susceptível a muitas vicissitudes da globalização. Elas têm um papel muito importante no mantimento da esperança da igreja que irrompe, sobretudo, na África. Estas teologias têm enormes desafios no sentido de tentar temperar o carácter importado e estrangeiro da religião cristã conferindo-lhe, decerto, uma verdadeira face do seu contexto vivencial. Destarte, elas devem corresponder com a realidade dos destinatários do Evangelho, havendo necessidade de respeitar os costumes e tradições dos povos. Isso implica um esforço afincado da parte dos teólogos. Eles devem permanecer livres de toda espécie de complexos. Por isso, devem-se convencer com o seu trabalho teológico, procurando ao máximo, reflectir à luz da doutrina cristã. Nesse sentido, deve haver uma abertura às demais correntes teológicas contemporâneas que se desenvolvem com mais cunho no seio do terceiro mundo em geral.

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