quinta-feira, 27 de setembro de 2012

AS MISSÕES NAS PEGADAS DE LIVINGSTONE


INTRODUÇÃO
A missão da evangelização nas terras africanas conheceu muitos contornos e equívocos que, por certa razão podem nos levar a fazer uma interpretação errónea ou incerta de algumas situações ligadas a esta actividade. No nosso caso, vamos abordar o tema sobre a Estrada de Deus” a partir do Sul Missões no seguimento das pegadas de Livingstone, de modo particular no que diz respeito às Missões nas pegadas de Livingstone, ao Zambeze e ao Malawi.
Para esta abordagem, nos guiaremos, quase de modo ortodoxo, pela obra de John BAUR, 2000 anos de Cristianismo em África. Nela, encontraremos várias intervenções de missionários que seguiram os atalhos percorridos por Livingstone, métodos de evangelização, até mesmo de exploração do povo africano.

2. David Livingstone
2.1. Vida
David Livingstone nasceu a 19 de Março de 1813 na Escócia, foi criado em um lar humilde, sua mente brilhante e desejo insaciável de aprender o impeliram a buscar uma posição mais elevada na vida. “Seus longos dias de trabalho (das 6 da manhã às 8 da noite) numa tecelagem, desde os dez anos, não interromperam sua educação”[1]. Ele conseguiu superar seus anos difíceis de aprendizado fazendo as tarefas de casa até meia-noite.
Livingstone foi criado em uma família piedosa que frequentava a igreja. Durante a sua juventude, seus pais deixaram a igreja anglicana para juntar-se a uma capela independente. Depois de sua conversão na adolescência, ele planejou tornar-se um médico missionário na China, mas as prioridades familiares impediram que continuasse estudando até 1836, quando tinha 23 anos. “Ele estudou na Faculdade de Anderson, Glasgow, tanto medicina como teologia e, em 1840, aos 27 anos de idade, estava pronto para começar sua carreira missionária”[2].
Foi aceito pela Sociedade Missionária Londrina (SML) em 1839, mas seus planos de viajar para a China foram frustrados pela política internacional. “O trabalho missionário na China estava sendo cortado pela SML devido ao atrito entre a Inglaterra e a China que finalmente levou à Guerra do Ópio”[3]. Os directores do SML achavam melhor que Livingstone fosse em vez disso para as Índias ocidentais, mas nesse tempo, Livingstone tinha sido apresentado ao missionário Robert Moffat. Este teve profunda influência sobre o entusiasta candidato a missionário e tentou-o com as estimulantes oportunidades para a evangelização além de Kuruman na vasta planície ao norte onde nenhum missionário jamais estivera.
Foi com grandes expectativas que Livingstone navegou para a África, em Dezembro de 1840. Depois de passar “treze semanas estudando a língua a bordo do navio, ele chegou ao Cabo em Março de 1841 e permaneceu ali durante um mês antes de começar sua viagem para kuruman, onde deveria ajudar com o trabalho, até que os Moffat voltassem”[4]. Livingstone imediatamente apaixonou-se pela África e gostou muitíssimo de sua viagem por terra para Kuruman, descrevendo-a como "um sistema prolongado de recreação". Ele não ficou tão bem impressionado no entanto com o trabalho missionário na África, criticando severamente e com razão, a obra na Cidade do Cabo, onde um número excessivo de missionários se concentrava numa pequena área, desencorajando a liderança indígena.
Em Maio de 1844, Livingstone estava se sentindo bem o suficiente para viajar. Dirigiu-se a Kururnan, e em 1852 chegara à conclusão de que viagens de exploração na África não eram próprias para uma viagem familiar, esposa com filhos. Ele tinha antes justificado o risco. “É uma aventura levar mulher e filhos a um país onde a febre prevalece”[5].
A primeira e maior expedição de Livingstone levou-o através do continente africano, ao longo do rio Zambeze. “Foi uma viagem arriscada, com ameaças contínuas de tribos inimigas e o perigo mortal da febre africana, mas Livingstone jamais pensou em voltar”[6]. Embora fosse em primeiro lugar um explorador, ele nunca abandonou por inteiro a evangelização.
Depois de seis meses de viagem árdua, Livingstone e seus homens fizeram história ao chegarem vivos à costa. Apesar de ter recebido ofertas de capitães de navios para levá-lo à Inglaterra, Livingstone sentia-se sob a obrigação pessoal de devolver os homens de Makololo à sua terra e retrocedeu então Zambeze abaixo para a costa leste.
A partir desse ponto, o único objectivo de Livingstone era explorar o Zambeze, como uma possível rota comercial para o Oriente. “Quanto mais encontrava o desumano tráfico de escravos dos portugueses e árabes, tanto mais se convencia de que somente a combinação de comércio e cristianismo poderia salvar a África”[7].
Embora a expedição de Livingstone não seguisse todo o tempo o Zambeze, “ele chegou à costa em Maio de 1856, proclamando confiante que o Zambeze era navegável. De volta à Inglaterra em Dezembro de 1856, depois de quinze anos na África”[8], Livingstone foi aclamado como herói nacional.
Durante toda a sua vida, David Livingstone tentou conciliar a pesquisa científica com o cristianismo. “Desde adolescente, ele se recusava a ler os livros cristãos que seu pai lhe dava, preferia obras sobre ciência e viagens. O livro que finalmente promoveu sua conversão era uma obra que tentava colocar a fé e a ciência juntas”[9].
Estando em África, desde 1841 Livingstone trabalhou por dez anos entre o povo tswana e viu apenas um convertido. Naquela época, ele foi atacado por um leão e ficou seriamente ferido. Mary, a filha de Moffat, cuidou de Livingstone até que se restabelecesse. Eles se casaram em 1845. De maneira geral, aquele não foi um casamento feliz. Mary considerava o gosto de Livingstone pelas viagens como algo muito instável.
Livingstone tinha problemas com a política missionária conservadora da SML. O padrão era abordar uma área de cada vez, obter conversões, construir uma igreja ali em que o missionário ficava encarregado e sair de lá somente quando a igreja estivesse bem estabelecida. Era um processo bastante lento. Ele viu que as condições para a evangelização na África eram ruins. “A falta de conhecimento sobre a cultura africana, combinada com às tristes experiências dos africanos, os mercadores de escravos, criando grande resistência para a entrada do cristianismo”[10]. Pensava ele, como melhor método, infiltrar-se no interior do continente de maneira positiva, ajudar os africanos a desenvolver seu comércio e aprender sobre seus modos. Isso talvez não fosse suficiente para construir igrejas em curto prazo, mas criaria condições mais favoráveis para a evangelização na próxima geração.
No final de 1852, depois de embarcar sua família em segurança para a Inglaterra, Livingstone promoveu uma expedição para atravessar o continente. Ele já tinha descoberto o rio Zambeze. Talvez fosse possível encontrar uma rota fluvial que cruzasse o continente do oceano Índico até o Atlântico. Isso poderia abrir oportunidades de comércio para o povo local e, durante o processo, terminaria por ser um grande golpe para o tráfico de escravos.
Finalmente “alcançou o Atlântico em 1854 e, de lá, poderia ter viajado de volta à Inglaterra”[11]. Ele se aventurou mais uma vez para o leste, e alcançou a costa em 1856. Dali, ele viajou para a Inglaterra, recebendo as honrarias de herói. Porque, “a exploração de territórios não mapeados era uma coisa altamente valorizada naquele tempo”[12]. Um explorador como Livingstone seria tão aclamado pelas pessoas naquela época do mesmo modo que acontecerá com o primeiro astronauta a pisar em Marte. Ele não apenas estabelecia uma nova geografia, mas fazia isso por trabalho missionário, o comércio e a erradicação da escravidão. O relato de suas jornadas foi transcrito no livro Viagens missionárias, escrito em 1857 e que, na época, se tornou um best-seller.
Voltou à África em 1858, sem estar vinculado à SML. Embora ele afirmasse que ainda era missionário, foi para lá como agente do governo britânico. Porém, “essa expedição foi desastrosa, pois, descobriu-se que o rio Zambeze não poderia ser atravessado de navio, não sendo possível encontrar rotas alternativas”[13]. As esperanças de encontrar uma passagem pelo interior da África frustraram-se.
Após cancelar a expedição, Livingstone retornou para a Inglaterra em 1864. Ele resolveu partir mais uma vez, por conta própria, para África, procurando a nascente do rio Nilo. No processo de busca, descobriu vários lagos interiores. Os anos se passaram sem que se tivesse qualquer notícia dele. Algumas expedições, enviadas da Inglaterra, foram até lá para tentar encontrá-lo, a mais famosa dessas expedições foi o repórter Henry M. Stanley, do jornal New York Herald, em 1871. “Finalmente, “conseguiram encontra-lo em Ujiji, no lago Tanganica, quando o repórter fez uma declaração breve, que ficou famosa”[14]. Porém, ele não foi capaz de convencê-lo a voltar para Inglaterra. E mais tarde, Stanley se tornou missionário na África.
Livingstone morreu a 01 de Maio de 1873. Foi encontrado de joelhos em uma cabana primitiva. Seu coração foi enterrado em sua terra de adopção, e seu corpo voltou para a Inglaterra. Ali, o grande missionário foi honrado ao ser sepultado na abadia de Westminster. Foi uma pessoa de pensamento independente, assim como os personagens mais importantes da história cristã. Ele tinha uma visão que combinava o bem-estar espiritual e o económico do povo da África, o que significava caminhar na contramão da mentalidade colonialista de seus contemporâneos. O facto é que a obra de Livingstone realmente criou condições para o crescimento do cristianismo. Um século depois de sua morte, a igreja africana expandia-se com muita rapidez.
Durante a sua vida missionária, Livingstone escreveu seguintes obras: A Popular Account of missionary Travels and Researches in south Africa (Relato popular de viagens missionárias e pesquisas no sul da África) 1857; Narrative of Expedition to the Zambeze and It's Tributaries (Narrativa de uma expedição ao Zambeze e seus afluentes) 1865; The Last Journal of David Livingston in Central Africa (O Último diário de David Livingstone na África Central) 1874.


2.2. Sua Vida Missionária
Livingstone fez o seu caminho graças à sua força de vontade. Por isso, seu nome ficou simbólico na missão, pelo seu significado (uma pedra viva-living - stone) e sua coragem, “detrminação dura como uma rocha”[15].
Tendo encontrado o “campo missionário sul-africano superpovoado preferiu procurar outros territórios mais para o interior do continente”[16]. Por isso, pouco depois de ter chegado faz uma viagem de exploração no Botswana (então Bochuanalândia). “A sua amizade com a África e os africanos começa com o seu primeiro encontro com um grupo dos Bantus (Tswanas)”[17], que marcou toda a carreira de Livingstone. Neste encontro, interessa-se pela língua e pela vida tribal daquele grupo, dedicando-lhe seis meses de estudo, e partilhando, por sua vez, o seu modo de viver.
Em 1851 encontra-se com o chefe Makololo Sebituane, que garante a Livingstone a protecção de sua tribo. “Ao mesmo tempo entra em contacto directo com o comércio de escravos, revoltado ante o espectáculo, empenha-se no desbravamento das rotas comerciais, na esperança de modificar a situação, facilitando o acesso à costa”[18]. Em 1854 acompanha o Zambeze até a conta em direcção ao mar, descobrindo as quedas que denominou de Victória em 1855, e alcança Quelimane no Oceano Índico. “Em 1858 Livingstone toma conhecimento dos obstáculos à navegação do Zambeze”[19], mas em compensação descobre o Lago Niassa (Malawi) e uma rota para o interior.
Indirectamente, os padres brancos católicos e os jesuítas devem-lhe quase tanto como os missionários protestantes. Para os Ingleses, Livingstone tornou-se o missionário ideal.

2.3. Em busca de um caminho para o Evangelho, na África Central (1852-1856)
Estando a caminho para a África Central, “bloqueado do lado Sul, pelo Kalahari e pelos Boers, era necessário encontrar um caminho a partir do Alto Zambeze para costa Oeste, abrindo o país a pregação do Evangelho, e à supressão do tráfico de escravos”[20].
Na sua tentativa de criar um estabelecimento comercial cristão, e consequentemente a expedição ao Zambeze (1858-1864), tornou-se um herói missionário do mundo anglófono, do período colonial, embora a sua memória nunca se livrou de críticas. Pois, não foram só os católicos que sentiram que ele tinha sido mais explorador do que um missionário, e alguns escritores africanos modernos vêm nele, um dos principais precursores do colonialismo. A mudança gradual de evangelização para exploração é evidente na sua carreira, embora usasse a exploração como um instrumento para a missionação, torna-se claro quando muda o seu interesse de missão para a campanha anti-esclavagista.
Uma pergunta se coloca repentinamente, quando ao fracasso da evangelização dos portugueses ao longo de Zambeze: como foi possível que, dos antigos edifícios da outrora missão do Zambeze, quase nada se tenha salvado até aos nossos dias? A resposta dada por Livingstone, explica o facto. Da época de Ouro da colonização portuguesa nada se conservou pelo tipo de construção. “O cristianismo dos nativos não se podia manter a longo prazo contra temporais políticos e sociais que sempre irromperam sobre a Zambézia”[21]. Livingstone lamenta com tristeza a antiga missão da Zambézia e procura solução para o enigma. A pergunta que logo lhe vem a cabeça é: “como é que um empreendimento muito grande de evangelização pode ter caído em ruína”[22]? Para Livingstone, a razão está na tolerância feita à escravatura, o que tinha necessariamente tinha como consequência a guerra. “Livingstone tinha a mesma opinião de muitos portugueses: o comércio de escravos foi a causa da decadência da colónia”[23]. A verdadeira causa da decadência do cristianismo foi a brutal escravatura do século XIX na Zambézia pois, a caça e o comércio de escravos despovoaram o território.

2.4. A missão da LMS aos Makololos e Matabeles (1859-1860)
As missões que seguiam Livingstone, enquanto ele próprio se encontrava a explorar Zambeze, conheceram dificuldades imensas. “Livingstone só chegou depois do último missionário ter se retirado para Botswana. Cinco anos mais tarde, os Makololos foram todos massacrados pelos seus vassalos (Barotses) um facto que os Tswanas explicavam como uma vingança divina”[24], por eles terem ousado pôs as mãos nos bens dos missionários.
O empreendimento paralelo das LMS, dirigida aos Ndebeles foi menos afligido por mortes de missionários. O líder das LMS, William Sykes morreu em 1887, sem ter podido conferir um único baptismo, embora “por 30 anos, pregou a pequenos grupos e rezou regularmente com eles, pois não encontrara gente interessada, nem ousavam confessar publicamente a sua fé”[25].
Uma das razões que levou ao povo a rejeitar o Evangelho foi porque, Lobengula e Mziligazi, consideravam o Evangelho, desnecessário, e que os filhos aprendessem a Bíblia, já que a sua própria religião era suficiente para eles, e ainda porque a capacidade de ler e escrever era supérflua para a cultura de um guerreiro. Outra razão, foi a afirmação, segundo a qual: “nós, os Matabeles, gostamos de ter muitas mulheres”, de resto, os Ndebeles desconfiavam dos estrangeiros europeus, e consideravam que eles eram a causa das calamidades naturais, pois recusavam observar os ritos sagrados do país. Enfim, o reino dos Ndebeles podia caminhar pelo seu próprio pé sem o cristianismo. Até porque, a experiência religiosa podia não ter muito peso nesta rejeição mas, a experiência e o medo de dominação a partir do Evangelho podia impulsionar cada vez mais a abertura de uma brecha para a entrada da mensagem cristã trazida pelos missionários, que ao mesmo tempo eram exploradores e colonizadores.
Em Moçambique os Jesuítas tinham sido bem sucedidos no baixo Zambeze, que tinha sido o seu anterior campo de missão, de onde tinham sido expulsos pelo Marquês de Pombal em 1759.
Em 1881 “reabriram a missão de Tete e dez anos mais tarde a de Inhambanhe, durante a década de 1880, cerca de 50 jesuítas trabalharam ao longo do Vale do Zambeze, que foi retomada em 1910 pelos missionários alemães do Verbo Divino”[26].

2.5. A Missão da Unca às Terras do Shire Malawi (1861-1863)
A unca foi resultado directo do apelo de Livingstone ao senado da Universidade de Cambridge, para seguir o caminho por ele aberto até o coração de África. O bispo da cidade do Cabo tomou a iniciativa, deveria ser uma missão ao Zambeze sob a chefia episcopal.
“O primeiro grupo, de seis homens, foi encaminhado por Livingstone para as terras altas do Shire (1861). Tendo agido contra as recomendações de Livingstone prejudicaram a causa missionária na Inglaterra”[27]. Pois, as intervenções armadas dos Yaos, que os atacaram, por hostilidade, para fornecerem escravos aos traficantes (portugueses), os chefes Manganjas, pediram a ajuda da missão contra os Yaos.
Uma segunda “tentativa feita em 1882, por Willian Johnson, que veio de Zambeze, onde estava uma escola teológica que fornecia missionários: Evangelizadores, diáconos e padres”[28]. A política de Evangelizar consistia em construir escolas de catequistas e uma impressora.
O primeiro a ficar na aldeia foi o escravo libertado Agostinho Ambali, feito diácono em 1898. Da sua escola em Chia, veio o primeiro padre do Malawi, Leonardo Kumungu, ordenado em 1902.
Em 1898, Likoma foi feita Sé episcopal para todo o Malawi, incluindo a norte da Zâmbia.
“Após os fracassos no Zambeze e nas terras altas de Shire (Malawi), não foi feita nenhuma tentativa no seguimento do caminho aberto por Livingstone, até à data da sua morte em 1873”[29]. Só mais tarde os Jesuítas e posteriormente os Missionário do Verbo Divino puderam seguir os atalhos abertos sacrificadamente por Livingstone.

2.6. Livingstone nas margens do Lago Malawi
A abertura do Canal Suez e o serviço de navios regulares entre Inglaterra e Durban, ajudaram a James Stewart a abrir uma missão em 1862.
Esta missão, chamada Livingstonia, devia ser simultaneamente uma instituição industrial e educacional e tornou-se um grande centro de comércio, civilização e cristianismo.
Como tinha aconselhado Livingstone, foi escolhido para porto, aquela missão (localidade do Cabo Machair).
Stewart deixou o local da missão nas mãos de um catequista e deslocou-se para Bandawe (mais ao norte), concentrando toda a sua atenção na evangelização da sociedade circundante.
Os tongos, da margem do lago, deram alegremente as boas-vindas aos missionários, como seu protector contra os ataques Ngonis. William Koyi, foi o único missionário que conseguiu um contacto positivo com os Ngonis, por sinal, o único que restava dos quatro evangelizadores que tinham vindo com Stewart.
Os Ngonis adoptaram o Cristianismo e aceitaram a coexistência pacífica com a população local. “A missão Livingstonia, tornou-se a primeira região virtualmente cristã na África do Sul e Uganda, e em 1914 tinha 500 escolas e 40000 cristãos”[30]. A educação religiosa e industrial, tornou-se o principal objecto da missão.

 Conclusão
A vida missionária é uma vida de sacrifícios constantes por uma causa justa, mesmo que na sua realização se equivoque e fica obscurecida por necessidades socioeconómicas. Livingstone, movido de um espírito de investigação e de serviço missionário conseguiu satisfazer a sua curiosidade de conhecimento geográfico, pois a investigação e a ciência o levaram a grandes aventuras para o continente africano. Sendo missionário procurou defender o bem-estar do africano, reagindo ao espírito colonialista, de modo particular à política esclavagista da sua época.
Como pudemos observar, Livingstone tem um lugar de destaque, nem só na sua terra natal (Inglaterra), mas também naqueles missionários que, por ele, conseguiram seguir e atravessar o Zambeze e outras regiões por ele experimentados, tornando-os verdadeiros lugares de evangelização. A sua coragem e persistência impulsionou muitos outros missionários, embora, em alguns aspectos parecesse adverso, como é o caso da abolição da caça e comércio de escravos.

















Bibliografia
Enciclopédia Miradouro Internacional, S. Paulo, Brasil 1981
EÇA, F. G. Almeida de, in Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, ed. Séc. XXI, Lisboa/S. Paulo Fevereiro 2001
Uma História Biográficas das Missões Cristãs, Editora: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova
BAUR John, 2000 anos de Cristianismo em África, Edições Paulinas, Janeiro 2002
SCHEBESTA Paul, Portugal: a Missão de conquista no Sudeste de África, Lisboa 2011


[1] Cf. F. G. Almeida de EÇA, in Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, ed. Séc. XXI, Lisboa/S. Paulo Fevereiro 2001, 88.
[2] Cf. Enciclopédia Miradouro Internacional, S. Paulo, Brasil 1981, 6958.
[3] Uma História Biográficas das Missões Cristãs, Editora: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2.
[4] Cf. F. G. Almeida de EÇA, loc., cit.
[5] Uma História Biográficas das Missões Cristãs, op., cit. 5.
[6] Cf. op., cit., 6.
[7] Cf., op., cit., 7.
[8] Loc., cit.
[9] Loc., cit.
[10] Op., cit., 9.
[11] Cf. F. G. Almeida de EÇA, loc., cit.
[12] Enciclopédia Miradouro Internacional, op., cit.
[13] Loc., cit.
[14] Cf, Uma História Biográficas das Missões Cristãs, op., cit.,9.
[15] John BAUR, 2000 anos de Cristianismo em África, Edições Paulinas, Janeiro 2002, 201.
[16] Loc., cit.
[17] Loc., cit.
[18] Enciclopédia Miradouro Internacional, loc., cit.
[19] Cf. Paul SCHEBESTA, Portugal: a Missão de conquista no Sudeste de África, Lisboa 2011, 47.
[20] John BAUR, op., cit., 202.
[21] Cf. Paul SCHEBESTA, op., cit., 255.
[22] op., cit.,. 316.
[23] Op., cit., 317.
[24] John BAUR, op., cit., 206.
[25] Op., cit., 207.
[26] Op., cit., 208-209.
[27]Cf. op., cit., 211-212.
[28] Cf. op., cit., 212.
[29] Loc., cit.
[30] Op., cit., 214.

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