Introdução
A história
humana é feita de factos, pessoas, dados espaciais e temporais e por instantes
que a caracterizam e dinamizam. A África em geral e a África Oriental em
particular não é uma excepção disso. Esta foi sujeita de imposições de forças
internacionais e ao mesmo tempo de pessoas africanas afiliadas aos “colonos”.
Nas breves linhas que se seguem tencionamos apresentar de forma sumária as
“Tentativas missionárias nas cidades-estado da África Oriental”. Trata-se de
analisar a segunda fase de contacto do Cristianismo com as terras africanas no
intervalo entre 1598-1698, ou seja, os séculos XV-XVII. É o período da expansão
portuguesa no qual a historiografia divide-se em duas posições: daqueles que
afirmam que a origem da expansão se deve a factores puramente económicos e daqueles
que sustentam que o motivo principal se deve ao alargamento da comunidade
cristã, à dilatação da fé e, consequentemente, à evangelização dos africanos[1].
Neste intervalo de tempo não raras expressões evidenciam outros objectivos dos
portugueses “Vimos buscar cristãos e especiarias”, como se lê nas Décadas de Ásia de João de Barros quando
relata o diálogo de um degredado e de dois mouros norte-americanos que estavam
com Vasco da Gama. Deste modo, apresentaremos o seguinte esboço laboral:
O processo de constituição dos estados nacionais e
as questões culturais
A imagem que o
mundo ocidental nos legou da África é a do continente isolado, exótico,
integrado na história com a chegada dos europeus. A visão etnocêntrica dos
outros nas descrições dos navegantes, traficantes e missionários seiscentistas
até a análise científica dos exploradores do século XIX deu-nos a conhecer uma
sociedade estática, homogeneizante, nos primeiros estágios de uma evolução
unilinear. A recente descolonização do continente africano, acompanhada de uma
premente necessidade de recobrar sua identidade própria, assume seu discurso
científico revelar-nos, pelo contrário, formações sociais em constante
modificação.
Os primeiros contactos cristãos
Os primeiros
missionários europeus que aterraram na zona oriental de África foram os
portugueses que «trouxeram o evangelho no tempo em que o Cristianismo ocidental
não estava dividido e deviam toda fidelidade ao Papa de Roma»[2].
A exploração ao longo da costa africana durante o século XV, sob ordem do Rei
Henry, os padres geralmente acompanharam a expedição. Eles serviam como
capelães ao novo tráfico de colonização e os missionários para aproximar as
populações africanas.
As razoes do
fracasso missionário nesta época histórica podemos nomear as seguintes:
ü
A
aliança dos portugueses com o comércio de escravos
ü
A
dificuldade de treinar os padres africanos na Europa e a falta de seminários em
África
ü
O
efeito político na polícia missionária de direitos patronais da monarquia
portuguesa
ü
A
redução do efectivo dos missionários cada vez mais crescente devido a doenças e
o clima
ü
O
atraso experimentado na Europa sucessivamente através da expulsão de jesuítas
de Portugal e por outro lado, o anticlericalismo da Revolução Francesa e a
acção de Napoleão contra o Papa.
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