quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ÁFRICA ORIENTAL E AS MISSÕES


Introdução
A história humana é feita de factos, pessoas, dados espaciais e temporais e por instantes que a caracterizam e dinamizam. A África em geral e a África Oriental em particular não é uma excepção disso. Esta foi sujeita de imposições de forças internacionais e ao mesmo tempo de pessoas africanas afiliadas aos “colonos”. Nas breves linhas que se seguem tencionamos apresentar de forma sumária as “Tentativas missionárias nas cidades-estado da África Oriental”. Trata-se de analisar a segunda fase de contacto do Cristianismo com as terras africanas no intervalo entre 1598-1698, ou seja, os séculos XV-XVII. É o período da expansão portuguesa no qual a historiografia divide-se em duas posições: daqueles que afirmam que a origem da expansão se deve a factores puramente económicos e daqueles que sustentam que o motivo principal se deve ao alargamento da comunidade cristã, à dilatação da fé e, consequentemente, à evangelização dos africanos[1]. Neste intervalo de tempo não raras expressões evidenciam outros objectivos dos portugueses “Vimos buscar cristãos e especiarias”, como se lê nas Décadas de Ásia de João de Barros quando relata o diálogo de um degredado e de dois mouros norte-americanos que estavam com Vasco da Gama. Deste modo, apresentaremos o seguinte esboço laboral:















O processo de constituição dos estados nacionais e as questões culturais
A imagem que o mundo ocidental nos legou da África é a do continente isolado, exótico, integrado na história com a chegada dos europeus. A visão etnocêntrica dos outros nas descrições dos navegantes, traficantes e missionários seiscentistas até a análise científica dos exploradores do século XIX deu-nos a conhecer uma sociedade estática, homogeneizante, nos primeiros estágios de uma evolução unilinear. A recente descolonização do continente africano, acompanhada de uma premente necessidade de recobrar sua identidade própria, assume seu discurso científico revelar-nos, pelo contrário, formações sociais em constante modificação.

Os primeiros contactos cristãos
Os primeiros missionários europeus que aterraram na zona oriental de África foram os portugueses que «trouxeram o evangelho no tempo em que o Cristianismo ocidental não estava dividido e deviam toda fidelidade ao Papa de Roma»[2]. A exploração ao longo da costa africana durante o século XV, sob ordem do Rei Henry, os padres geralmente acompanharam a expedição. Eles serviam como capelães ao novo tráfico de colonização e os missionários para aproximar as populações africanas.
As razoes do fracasso missionário nesta época histórica podemos nomear as seguintes:
ü A aliança dos portugueses com o comércio de escravos
ü A dificuldade de treinar os padres africanos na Europa e a falta de seminários em África
ü O efeito político na polícia missionária de direitos patronais da monarquia portuguesa
ü A redução do efectivo dos missionários cada vez mais crescente devido a doenças e o clima
ü O atraso experimentado na Europa sucessivamente através da expulsão de jesuítas de Portugal e por outro lado, o anticlericalismo da Revolução Francesa e a acção de Napoleão contra o Papa.



[1] Fernando Augusto Albuquerque MOURÃO, O colonialismo português na África, Fundap, São Paulo 1992, p. 40.
[2] T. A. BEETHAM, Christianity and the new África, Pall Mall Press, London 1967, p. 7.

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