O mistério da morte.
Morte é a “cessação de todas as funções vitais: paragem da respiração, da actividade cerebral, dos batimentos cardíacos; é o oposto da vida”[1]. Para as nossas culturas, a morte permanece oculta e escamoteada, como se de pornografia se tratasse. Isto deve-se à falta de integração da morte nos parâmetros culturais do homem. Visto que a morte é o momento bom em relação à doença, isto é, está relacionada com a doença, é preciso que, na Pastoral dos doentes, seja o Padre a visitar os doentes para lhes dar a Unção dos Enfermos, a fim de lhes confortar com Cristo. É importante também informação ao doente sobre a sua verdadeira situação. Nesta pode citar-se as seguintes fases: Negação. Apesar de estar informado sobre o prognóstico médico, o doente nega a realidade que está na sua frente; Ira. Aqui, o doente mantém-se agressivo, pergunta-se o porquê de a doença só afecta a ele e tende a descarregar isso nos seus entes queridos e ao pessoal de saúde; Negociação. O doente assume a proximidade de sua morte. No caso dos cristãos, oram a Deus para que lhes mantenha a vida; Depressão. Aqui o doente perde interesse pelo mundo que o rodeia, enerva-o a vitalidade que sente à sua volta, sente-se profundamente prostrado, sem vontade de falar, de lutar…; Aceitação. Nesta fase, o doente aceita e assume em paz a sua situação[2]. Estas fases ajudam ao doente aprender a morrer. Esta deve ser o ideal da pastoral do doente: ajudar a viver e ajudar a encarar a morte. Ela não é um acontecimento estranho, mas familiar. Os próprios mortos estão próximos dos vivos, nos cemitérios das Igrejas. Portanto, não é lógico fazer da dor, do sofrimento e do pranto um tabú, não são realidades socialmente vergonhosas e de mau gosto, mas reais e concretas.
[1] Cfr. Raciocínios à Base das Escrituras, Ed. Sociedade Torre de Vigia de Biblistas e Tratados, São Paulo, Brasil, 1985, p. 321.
[2] Cf. GAFO, Javier, 10 Palavras Chave em Bioética, Ed. Verbo Divino, Gráfica de Coimbra, 1996, pp. 154-155.
Sem comentários:
Enviar um comentário