terça-feira, 30 de abril de 2013

CARTA AOS COLOSSENSES (DO CATIVEIRO)


Introdução
Colossa é uma pequena cidade a mais ou menos 200 Km a leste de Éfeso, actual Turquia.
A carta aos colossenses é muito próxima à aos Efésios pelo estilo, linguagem e teologia, o que leva a supor terem sido escritas no mesmo lugar. Em Fm e Cl são lembradas as mesmas pessoas, o que supõe mesma data de redação – cerca de 61 durante a prisão de Paulo em Roma.
Provavelmente tenha sido escrita em resposta a informações que Paulo recebeu de Épafras, fundador da Igreja de Colossa, sobre a mesma. Provavelmente tenha sido levada ao destino por Tíquico acompanhado por Onésimo, o escravo fugitivo.
Esta Igreja iniciou provavelmente durante os três anos que Paulo permaneceu em Éfeso (Act 19), pela evangelização de épafras e Filêmon – colaboradores de Paulo (Col 1,6-7; 4,12-13; Fm 1,2.5). Esta Igreja, à semelhança da cidade, era também um misto de culturas: gregos, judeus, nativos da Frigia, porém havia progredido muito na fé e na caridade (1,4.8; 2,5) – motivo para dar graças a deus, mas também havia razões de preocupação causadas por uma falsa doutrina que ameaçava o bem estar da Igreja. Havia um sincretismo que consistia em colocar no mesmo plano a verdade cristã ideias provenientes doutras filosofias e religiões. Os judeus, frígios e gregos pretendiam incorporar suas ideias no cristianismo. Os judeus-cristão querem manter a circuncisão, leis alimentares e suas festas (2,11.16) o que punha em perigo a base de justificação do homem diante de Deus. Davam importância a seres intermediários celestes ou angélicos (2,18), o que desafiava a supermacia de Cristo como único mediador. Havia também introdução do ascetismo (filosofia gnóstica) que dava importância ao conhecimento ou sabedoria humana (1,18-23).

1. Conteúdo
O conteúdo desta carta resume-se em Col 2,9-15.
- “Cristo é o único mediador absoluto entre Deus e os homens”. Por este motivo os cristãos devem retornar a Cristo, à sua supremacia completa e à sua suficiência absoluta.

2. Articulação
Iº Parte
1,1-2 – Fórmula Introdutória
1,3-8 – Acção de raças
1,9-14 – Intercessão
1,15-20 – Expansão cristológica
1,21-23 – Anúncio dos temas a por serem desenvolvidos:
a) 21-22 – A obra de Cristo para a santificação dos fiéis
b) 23a  - Fidelidade ao Evangelho recebido
c) 23 b – e anunciado por Paulo
1,24-2,6 – O combate de Paulo pelo anúncio do Evangelho

IIº Parte
2,6-23 – Fidelidade ao Evangelho recebido:
a) 2,6-7 – Exortações iniciais gerais
b) 2,8 – Advertências à práticas de culto
c) 2,9-15 – Motivos cristológicos: Cristo e os fiéis com Ele
c) 2,16-19 – Retorno às advertências: resistir às doutrinas erradas
2,20-23 – Exortações conclusivas

IIIº Parte
3,1-4,1 – Santidade dos fiéis
3,1-4 Exortações gerais
a) 3,5-9  - Mortificar o homem terreno
b) 3,9b-11 – Motivações: despidos do homem velho e revestidos do homem novo
c) 3,12-17 – Viver a novidade em Cristo

3,18-4,1 – Exortações sobre a vida familiar e doméstica
4,2-6 – Exortação final
4,7-18 – Post-escrito. Benção

3. Teologia
É Cristológica, Eclesiológica e Escatológica.
a) Cristológica enquanto Cristo é o mediador da salvação de Deus a toda a criação (1,15). Mediante o seu sangue derramado reconciliou toda a criação com Deus. Cristo é a Cabeça do Corpo que é a Igreja (1,18.24), é também chefe das potências celestes (2,10). Ele comunica a todos os fiéis a plenitude da divindade.
b) Eclesiologica enquanto a Igreja é Corpo de Cristo sua Cabeça.
c) Escatológica enquanto os cristãos estão desde já no Reino do Filho amado (Cl 1,13). No baptismo são ressuscitados com Cristo (Cl 2,12; 3,1).

Sem comentários:

Enviar um comentário

Ensinamento bíblico sobre a santidade

Ensinamento bíblico sobre a santidade A ideia da santidade não é exclusiva da Bíblia judeu-cristã mas, também se encontra em diversas c...