terça-feira, 30 de abril de 2013

PENTATEUCO V

1.7. Principais acontecimentos do Pentatêuco
● Abraão: Pai da promessa; vivia em Canaã cerca de 1850 a.C.
● José: no Egipto é encontrado com seus irmãos em 1700 a.C.;
● Êxodo: partida do povo de Israel do Egipto para a terra prometida, no reinado de Ramsés II, cerca de 1250 a.C. ou pouco antes, em torno de 1300 a.C.;
● Instalação do povo na Transjordânia: depois permanece no caminho do deserto, por volta de 1200 a.C. Embora seja difícil precisar a data exacta.

1.8. O Sentido religioso do Pentatêuco
A Religião do AT e do NT é uma religião histórica porque se baseia na revelação feita por Deus a determinados homens concretos dum espaço e tempo da evolução humana. O Pentatêuco é o núcleo da religião judaica e tornou-se seu Livro Canónico por excelência e sua lei normativa. Nele estava a explicação do destino do Israelita. As respostas sobre as interrogações sobre a vida, sofrimento, morte e questões particulares de cada homem estavam nesse livro. A razão de Iahweh ser o único Deus de Israel entre todas as nações da terra se funda no facto de ter recebido a eleição, a Promessa e aliança. Daí, o Pentatêuco é um dos livros das promessas e de Aliança: a Promessa feita a Abraão é renovada em Isaac e Jacob e se estende a todo o povo; essa Promessa refere-se à posse da terra prometida; a chamada de Abraão por Deus já se prefigurava a eleição de Israel como povo de Deus, uma eleição gratuita por um desígnio amoroso concedido desde a criação até as infidelidades dos homens. Ainda essa Promessa e essa eleição são garantidas por uma aliança que Iahweh estabeleceu com Adão, Noé, Abraão, Moisés, com todo o povo até Jesus Cristo. Este último foi aquele que não veio revogar a Lei e os profetas, mas levar à plena perfeição. Ele é novo Adão e novo Moisés. Nele a história da salvação alcança o seu sentido. Pois, Cristo veio estabelecer Nova e Eterna Aliança prefigurada nos pactos antigos; a Lei antiga foi dada para guardar as promessas, como caminho que conduz a Cristo, em quem foram plenamente realizadas todas as promessas antigas.

1.9. A Teologia do Êxodo
É importante ler o Êxodo como mistério de salvação. Antes, sabemos que o termo “Êxodo” significa saída. Ora, no nosso caso quer significar “sair do Egipto, sair da escravidão ou da opressão para a liberdade.” E para compreender o valor permanente da experiência do Êxodo, devemos partir, pois, do termo fundamental do “Êxodo=sair” e, isto supõe sair duma realidade para entrar numa outra realidade de vida. Nesta dinâmica de sair e entrar encontramos Deus, Iahweh que com a sua mão poderosa protege a sua partida e a sua chegada (Sl 121,8; Dt 28; 31,2; Jo 10,9; Act 1,21-22).
Entre dois verbos “sair e entrar”, pode-se colocar toda a existência humana, que é sair do ventre materno para entrar no mundo e que é também “sair” do horizonte deste mundo para entrar no seio da Mãe Terra (sepulcro) e, na fé, para sair na ressurreição.
O Êxodo conta de maneira poética como o Senhor libertou o seu povo por meio de Moisés. Do mesmo modo que se pode falar do pequeno Credo de Israel presente em Dt 26, poder-se-ia dizer que também o Êxodo é um pequeno Credo, porque dá definições de Deus que antes não existiam; no Êxodo é repetido 40 vezes quem é Deus: é aquele que nos fez sair do Egipto.
Segundo o Êxodo, a identidade de Deus é YHWH que nos fez sair do Egipto. Também no livro do Êxodo, como também foi para Abraão no Génesis, o Senhor é um Deus em caminho.
Como podemos ver, no livro do Êxodo, o Faraó aparece como a figura contrária a Deus. A visão teológica é mais importante na medida em que reflecte a experiência do livro do Êxodo, enquanto um facto histórico concreto. O elemento histórico é ligado ao tempo de Ramsés II (1301-1234 a.C.) dinastia XIX, no século XIII a.C.
Moisés morre no monte Nebo, onde sobe para observar a cidade prometida.
O sair não é um projectar-se no vazio, mas tem o seu ideal e real complemento no entrar na terra prometida “Canaã”. Por isso Deus disse: “desci para libertá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e vasta onde mana leite e mel” (Ex 3,8).
O Êxodo é, sem dúvida, hoje a narração da nossa redenção no Pentatêuco. Desde o início da tradição hebraica, o Êxodo tornou-se o grande acto salvífico de Iahweh, através da qual Ele libertou Israel e instituiu como Povo. Israel via no Êxodo as raízes de sua nacionalidade e de sua fé no poder e vontade salvífico de Iahweh. Assim, o Êxodo era comemorado na festa de Páscoa, na qual era feita a recitação litúrgica da história de grande acontecimento (Dt 6,20+;26,6+). Esse acto de libertação que Deus operou outrora para com o seu povo no Egipto atinge o seu ponto pleno e completo na libertação feita por Jesus Cristo.

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