terça-feira, 30 de abril de 2013

ESCRITOS JOANINOS


DEFINIÇÃO DOS ESCRITOS JOANINOS OU CORPUS IOANNEUM
Corpus Ioanneum compreende todos os livros que são atribuídos a João: o Evangelho, as três cartas e o Apocalipse. São os últimos livros do NT e tiveram a possibilidade de uma reflexão teológica mais profunda, por parte do autor e comunidade que recebeu o anúncio dos apóstolos. Por este motivo o seu conteúdo é mais profundo. Diante destes livros debatemo-nos com um sentido de importância, porque somos incapazes de chegar até à plena compreensão. Diante deles temos de começar com uma atitude de humildade e pedir a ajuda do Espírito Santo para compreender o conteúdo teológico destes escritos.

a). A teologia de João é mais rica do N.T, porque é a única que têm a representação de três carismas: Evangelista (Jo); doutor (1-3Jo) e profeta (Ap).

b). Pode-se falar de uma escola joanina, tendo em conta a diversidade das obras (um autor ou vários), mas há também semelhança. O Apocalipse, a nível de vocabulário é diferente, mas as três obras são muito semelhantes do que aquelas de Lucas (Actos dos Apóstolos e Evangelho de S. Lucas).

Denomina-se então “escola joanina”, a conjunto de discípulos que pregaram em comunidades vinculadas ao testemunho do Discípulo, aqueles cuja assinatura se acha em 21,24: “ Quanto a nós, sabemos que seu testemunho é verdadeiro”.

I. CONTEUDOS
1. Evangelho
Prólogo (1,1-18)
I. Parte: O livro dos sinais (1,19-12,50): dividido em 6 secções:
1. Páscoa do novo templo (1,19-4,5)
2. Cura dum paralítico num dia de festa (5,1-47)
3. Páscoa do pão da vida (6,1-7,1)
4. Festa dos tabernáculos e cura do cego de Nascença (7,2-10,21)
5. A festa da dedicação do templo (10,22-11,54)
6. Conclusão (11,55-12,50): fim do ministério público e preliminares da última Páscoa.

II. Parte: o livro da Hora De Jesus (13,1-20,31): é o livro da hora em que Jesus, em acto supremo de amor, passa deste mundo para o pai.
Dividido em três secções:
1. Última ceia (13,1-17,26)
3. Narrativa da paixão (18,1-19,42)
3. A ressurreição (20,1-31)

Apêndice: 21,1-21: directrizes do ressuscitado à sua Igreja.
2. As cartas
a) 1Jo
Tem marcas de epístola
1,1-4: prólogo
1,5-3,10: primeira grande mensagem do autor, trata-se de apresentar Deus como luz e a necessidade de andar na luz. 3,11-5,12: filiação divina. Ser filho de Deus tem as suas consequências, que implica viver no amor. 5,13-21: conclusão - nos é apresentada uma segurança: “Nós sabemos que temos a vida”.

b) 2Jo
A segunda epístola tem os requisitos de uma carta. Contrariamente à primeira, encontramos nela marcas epistolares habituais as quais nos permitem ver seu plano:
- O endereço: o Ancião saúda a senhora eleita: vv.1-3;
- O corpo da carta, que pode ser dividido em duas partes: vv.4-6 e 8-11, ligados por um versículo – eixo, o v.7;
- As saudações finais, que seguem o esquema clássico de uma conclusão de carta: vv.12-13.

c) 3Jo
A terceira epístola é o escrito mais curto do N.T, mas aprendemos nele muitas coisas sobre a vida das comunidades joaninas e sobre as dificuldades encontradas pelos primeiros pregadores. Por seu estilo e sua composição ela se aparenta muito com a 2Jo e segue um plano idêntico. Pode-se lê-las em sinopse.

O endereço (vv.1-4): apesar do seu endereço mais desenvolvido, a 3Jo pertence mais ao género literário do “bilhete”. Ele é dirigido a Gaio, um dos membros da comunidade joanina, que é louvado pelo que fez, encorajado a continuar e convidado a discernir o comportamento negativo de Diótrefes.
O corpo da carta (vv.5-12):
- O comportamento positivo de Gaio (vv.5-8)
- O comportamento negativo de Diótrefes (vv.9-10)
- O modelo a seguir (vv.11-12)

d) Livro de Apocalipse
Prólogo (1,1-3): o livro se nos apresenta assim como uma revelação feita por Jesus Cristo, mas que procede de Deus e é dom dele.

1ª Parte: As sete Cartas às Igrejas:
-Éfeso (2,1-7);
- Esmirna (2,8-11);
- Pérgamo (2,12-17);
- Tiatira (2,18-29);
- Sardes (3,1-6);
- Filadélfia (3,7-13);
- Laodicéia (3,14-22).

2ª Parte: interpretação profética da história:
- Leitura de factos que devem acontecer (Cap. 4-5);
- Revelação progressiva do significado da história: os sete selos (Caps. 6-7);
- A história da salvação põe-se em marcha: secção das trombetas (8,1-11,14);
- O conflito entre o bem e o mal chega a seu ponto crítico: os três “sinais” (11,15-16,16);
- Conclusão da história da salvação: condenação da prostituta e triunfo da Esposa (16,17-22,5).

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