terça-feira, 30 de abril de 2013

O APOCALIPSE


Apocalipse
a). Teocentrismo
A literatura apocalíptica é eminentemente teocêntrica. Revela como Deus é o Senhor absoluto do mundo e da história, cujo domínio nada pode escapá-lo. Deus é antes de tudo, o senhor absoluto e todo-poderoso que transcende o mundo e a história. O primeiro título que se atribui a Deus, “Aquele que é, Aquele que era e Aquele que Vem” (1,4). Detrás desta expressão está a revelação do nome de Deus segundo Ex 3,14.

b). Cristologia pascal
Uma série de títulos tenta especificar o senhorio de Cristo e sua relação com Deus. A partir de título de cordeiro, é dominado testemunha fiel (1,5;2,13;3,14); o primogénito dentre os mortos (1,5); o Amem (3,14); o filho de Deus (2,18); o pastor (7,17), rei dos reis e Senhor dos Senhor (19,16). Por amor a sua Igreja, Jesus com sua morte liberta o homem do pecado (1,5), realizando assim o objectivo que Deus perseguia com a sua aliança no A.T., a constituição de um povo real e sacerdotal (1,6;5,10;20,6; cfr. Ex19,6). Cristo ressuscitado fala agora a sua Igreja através do Espírito (2,7.11.17.29;3,6.13.22).

c). Eclesiologia
Em Apocalipse a cristologia e eclesiologia formam uma unidade. A igreja participa da tensão entre a o já e o ainda não da salvação. É uma Igreja militante marcada por uma esperança. Não somente no triunfo definitivo de Deus e da sua Igreja, quando aparecer o novo céu e nova terra, a Jerusalém celeste banhada do Céu e para isso (21,1-22,5), mas já aqui na terra.

d). Escatologia
Se trata de uma tema fundamental do apocalipse. As Igrejas de João encontram-se situadas na fase decisiva da história, configurada já pelo triunfo de Cristo, o cordeiro imolado (12,5). Porém ainda não se havia manifestado plenamente a salvação (21,1-22,5). Mas o tempo, o momento decisivo está às portas (1,3;22,10). Por isso o vidente-profeta recebe o encargo de escrever para a comunidade o que está a ponto de suceder (1,1). O tempo está configurado pelo regresso de Cristo que está a ponto de chegar (22,7.12.20). A Igreja espera com ânsia e piedade esta vinda (22,17-20). É o tempo da fidelidade e princípios e valores pelo cordeiro imolado.

e). O significado do Martírio
A exigência por parte do imperador romano para que o adorasse, atribuindo-se assim uma prerrogativa que é exclusiva de Deus, unida a uma perseguição e morte a quem não aceitasse (12,17-18), situa os cristãos num dilema; aceitar as imposições do império, o qual lhe permite desfrutar dos benefícios (13,16), ou negar a ele, o qual comporta marginalização e ocasiões de morte (13,17). O cristão deve optar, pois, entre a traição a sua dignidade de crente e o martírio.

Esta situação pode compreender melhor o cristão a luz do foi a vida do seu mestre, Jesus de Nazaré, que recebe em 1,5 o título de mártir (testemunho) fiel. Por outro lado, para João os mártires, neste contexto de luta a morte entre Deus e Satanás (12-13), pela paciência no sofrimento por falar guardando os mandamentos de Deus e da fé de Jesus (14,12).

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