sexta-feira, 19 de abril de 2013

OS PORTUGUESES EM MOÇAMBIQUE

Os portugueses na Costa Moçambicana
Sofala foi o primeiro lugar de interesse para os portugueses por causa da sua importância no comércio de Ouro na África oriental. Os comerciantes Árabes embarcavam o Ouro, que compravam no reino de Monomotapa, desde o porto de Kilwa e o norte. Disseram a Cabral, que visitou este porto em 1505, que tratava de Ofir Bíblico. Por isso, os portugueses construíram um centro comercial e uma fortaleza em 1505 depois de terem tomado o lugar pela força.
 Mais tarde os portugueses ocuparam Quelimane (Kilimane), e vários comerciantes se estabeleceram em Sena e Tete, posições árabes no interior. No meio de toda esta actividade, não há nenhuma indicação de evangelização apesar de haver três Sacerdotes em 1506.
 Em 1507, foram construídos sobre a Ilha de Moçambique que já tinha sido visitado por Vasco da Gama na sua primeira viagem em 1498, uma fortaleza, um hospital e uma Igreja. A Ilha de Moçambique foi um centro administrativo Português da África Oriental até 1917. Embora houvesse dois mil cristãos na Ilha em 1586 não havia sinais tentativas séria de evangelizar a terra firme adjacente.

Prelúdio: a Missão Tonga (1560-62)
O primeiro pedido chegou a missão do Sul, um filho de Gamba, rei de Tonga que morava perto de Inhambane, foi a Moçambique para fazer-se cristão. O governo ajudou-o para ser instruído e baptizado. Quando regressou com presentes valiosos seu irmão maior quis fazer mesma coisa mas seu pai pensou que seria melhor trazer os missionários. Em 1559, chegou aos Jesuítas de Goa o pedido para abrir uma missão em Inhambane.
Os Jesuítas aceitaram a missão que foi encomendada a Gonçalo da Silveira (1521-619), doutor em espiritualidade e homem muito ascético. Com ele, iam o padre Fernandes e um irmão leigo que regressou cedo por causa da saúde. Padre Gonçalo começou a missão em nome do vice rei da Índia e, embora tivesse sido mandado e especificamente ao rei de Tonga, levava no coração a “esperança de ganhar o imperador do Ouro, chamado Monomotapa, que segundo dizem, não está longe de fazer-se cristão”[1].
Quando chegaram os missionários a Inhambane encontraram um centro comercial Português, mas o rei morava a uns cem quilómetro de lá. O rei recebeu cordialmente os missionários e permitiu-lhes baptizar. Entre a Páscoa e Pentecostes do ano 1560, os dois Sacerdotes instruíram e baptizaram por volta de 400 pessoas, entre elas a família real e a corte do rei. Parecia que o reino ia tornar-se Cristão. O rei Gonçalo estava convencido de que os abusos da poligamia e da superstição poderiam ser ultrapassados com facilidade, já que não os considerava enraizados na idolatria. O Padre Fernandes fez o estudo profundo da língua e dos costumes da gente. Logo descobriu que as superstições tinham as suas raízes numa profunda crença no espírito dos antepassados e em poderes mágicos, difíceis de erradicar. Os seus grandes esforços, a sua vida ascética e as infatigáveis pregações não bastaram para mudar os velhos hábitos e crenças e aos poucos o seu relacionamento com o rei deteriorou-se.


[1] JOHN BAUR, 2000 Anos de Cristianismo Em África, p.76.

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