sexta-feira, 19 de abril de 2013

OS PORTUGUESES EM MOÇAMBIQUE IV

Colapso da missão e do império (1693-1835)
Em 1693, Chagamire Dombo organizou uma expedição contra os Karanga. O Monomotapa Nhakunimbiri aliou-se a ele, foram destruídos todos os postos portugueses e as missões; dois Dominicanos morreram junto com muitos Portugueses e Goeses. O último Monomotapa, Chioko, tentou recuperar o império, mas morreu no campo de batalha em 1702. Isto foi a fim do sonho e da história do Estado de Monomotapa. A partir de 1712, as missões apenas continuaram na Zambézia, mas também lá estavam condenadas a desaparecer, seguindo o declínio do Império colonial Português e o enfraquecimento da Zambézia devido a autonomia dos chefes (donos) da terra. As causas principais foram o sistema de prazos (grandes propriedades privadas de terra) e o comércio dos escravos. Um centenar de Prazeiros (mulatos, indianos e goeses) era só donos de toda a Zambézia. Exploravam agente que fugia para o mato[1]. Os missionários, sobretudo os Jesuítas, também possuíam prazos, como base para construir aldeias cristãs, dadas as características da Zambézia, não conseguiram resultados duradouros.

O Começo da Evangelização
Foi através do diálogo travado entre Monomotapa e o capitão das portas chamado António Caiado que o Padre Gonçalo teve acesso a corte do rei. E, anos mais tarde isto é em 1620 o seu colega Jesuíta o Padre Júlio César não teve o mesmo acesso. Apesar de ser convidado pelo Monomotapa não conseguiu ser recebido directamente por ele porque não se sentia capas de submeter a um protocolo demasiado rígido. Portanto, os dominicanos tiveram sempre um grande acesso ao Monomotapa por isso, a verdadeira cristianização do reino começou com a conversão e o Baptismo de Mavura isto em 1629 e Graças aos bons ofícios do frei Luís do Espírito Santo, um Dominicano moçambicano. Para alem deste diálogo, os missionários se esforçavam em falar a língua nativa e por escreve-la e, enquanto faziam este esforço, o Padre Júlio César dava a Doutrina em língua da terra ao passo que o Padre Luís Mariana era bom conhecedor de Chisena.
Sobre este trabalho apostólico, descreve-se que em 1623 a catequese dada às crianças pelos Jesuítas em Chemba, Caia e Quelimane era dada e cantada na língua de terra e o mesmo acontecia com os adultos que por vezes era acompanhada com o ensino da música. Para os dominicanos o frei Francisco de Trindade compôs dois catecismos e um método de confissão local.[2]


[1] JOHN BAUR, 200 Anos de Cristianismo Em África, p. 82.
[2] J. AUGUSTO DE SOUSA, S. J. FRANCISCO AUGUSTO DA CRUZ CORREIA, S. J 500 anos de Evangelização em Moçambique, Ed. Paulina, p 102 - 104.

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