terça-feira, 30 de abril de 2013

LIVRO DOS PROVÉRBIOS

PROVÉRBIOS
Foi redigido em hebraico clássico e forma a 3ª parte do cánon judaico, os ketubim, "escritos"[1].
7. 1. Autor e data
A autoria de Provérbios atribui-se a Salomão (Pr. 1,1) e há razões que se podem apontar como justificativas disso: a tradição considera este rei especialmente dotado com o dom de sabedoria (1Rs. 3,9-12; 5,12-14; 10,1-9) e foi ele o patrocinador e o autêntico fundador da tradição da sabedoria em Israel.
O livro dos provérbios é o primeiro e o mais representativo documento da literatura sapiencial de Israel. Trata-se de uma antologia de colecções heterogéneas, de origens e datas diferentes, abrangendo um período de tempo que se estende de século X ao século V a. C.

7. 2. Géneros literários
É patente em Provérbios a variedade e a riqueza de formas literárias. Os Provérbios apresentam-se sob forma de paralelismo (10,1-22), de instruções (1-9), de enigma (6,16-19), de autobiografia (7,6-23)[2].

7. 3. Conteúdo
No livro dos Provérbios destaca-se a doutrina da retribuição (12,14). Isto é, uma retribuição individual, terrena, e ignora a reacção de Jó.
Nos Provérbios se insta o homem a dar tudo o que tem para adquirir a sabedoria. Trata-se, portanto, de uma confiança total nas possibilidades de conhecimento, de um optimismo epistemológico. Na linha desta concepção, surge como força a dimensão religiosa: impossibilidade de alcançar a sabedoria sem temor do Senhor.
Sabedoria ética: o executor de uma acção socialmente benéfica é definido como sábio ou como justo; se a acção repercute negativamente será "néscio", "malvado".
Sabedoria teológica: a sabedoria dirige-se ao homem convidando-o a caminhar na senda da vida (8,17-21.35), quem a rejeita está em contínuo perigo de autodestruição (8,36), é um morto na vida (9,18).

7. 4. Mensagem Teológica
«O temor do Senhor», princípio e coroamento da sabedoria, fonte de felicidade, aparece como chave e fecho deste livro (1,7; 31,30), embora não sejam muitas as referências directas à lei, ao culto e à aliança, noções fundamentais na religião hebraica.
Quanto ao problema da retribuição e do além, o livro mantém-se na linha tradicional de uma retribuição individual, terrena e ignora a reacção de Jó, eclesiástes e os profetas exílicos.


[1] Cf. Victor Morla Asensio, Libros Sapienciales y Otros Escritos, EVD, Navarra, 2000, p. 111.
[2] Idem, p. 113.

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