terça-feira, 30 de abril de 2013

O LIVRO DA SABEDORIA


SABEDORIA

 1. Canonicidade
Partilha o destino dos livros deuterocanónicos. Mas o facto de este livro ser muito referenciado noutros escritos da Sagrada Escritura, possibilita sem dúvida, o reconhecimento da sua canonicidade.
 2. Autor e data
Se atribui a Salomão. O livro da Sabedoria é certamente da responsabilidade de um autor anónimo bem distante de Salomão no tempo, que não poderá situar-se para além do ano 50 a.C. (entre 150 e 50 a.C. Mas o autor foi um judeu de linguagem grega, provavelmente nascido e educado na diáspora[1].

 3. Lugar e destinatários
Supõe-se que o livro tenha sido escrito em Alexandria, um importante centro judio da diáspora e decisivo foco intelectual do mundo antigo.

 4. Género literário
A obra foi escrita em grego. Há muita influência de helenismos. Em Sabedoria predomina o género literário protréptico (forma de exortação didáctica); também está patente o género literário conhecido por diatribe.

 5. Conteúdo
O autor do livro de Sabedoria se propõe a apontar a fé dos judeus alexandrinos e a sua confiança no insuperável valor das tradições sagradas; também pretende impelir os pagãos ao conhecimento do Deus verdadeiro.
Diante das situações adversas da vida, Deus voltará a intervir em favor daqueles que se mantêm firmes na sua fé. O livro da Sabedoria retracta questões referentes à antropologia (1,1-6,21), à imortalidade (2,1-20 e 3,1-10).
Aquisição da sabedoria: Não se trata de buscar e encontrá-la. A posse da sabedoria requer uma atitude prévia de disponibilidade religiosa.

6. Mensagem Teológica
A ideia teológica fundamental deste livro é a personificação da Sabedoria divina. Enquanto, para os gregos, a sabedoria era um meio para chegar ao conhecimento e contemplação divina, para o autor, ela é uma proposta de vida, alguém que está presente em toda a vida e que preside à vida toda; que fala, estimula e argumenta. A Sabedoria é assim porque é o reflexo da vontade e dos desígnios de Deus (9,13.17); porque partilha da própria vida de Deus e está associada a todas as suas obras (8,3-4) e tem a ver com o espírito de Deus (1,6; 7,7.22-23; 9,17), é ela que torna a religião judaica muito superior às religiões idólatras (Cap. 13-15).


[1] Victor Morla Asnsio, Libros sapinciales y Otros Escritos, Op. Cit., p. 263.

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