terça-feira, 30 de abril de 2013

SEGUNDA CARTA DE PEDRO


O autor desta carta apresenta-se como «Simão Pedro, servo e Apóstolo de Jesus Cristo» (1,1) e testemunha da Transfiguração de Jesus na montanha (1,16). Não obstante, é o escrito do NT com menos garantias de autenticidade, apesar de Orígenes e S. Jerónimo o considerarem autêntico, assim como vários críticos actuais.
No entanto, não há inconveniente em pensar que um discípulo de Pedro, sob a inspiração do Espírito Santo, quisesse transmitir uns ensinamentos em sintonia com os do Apóstolo; ao utilizar o seu nome e a sua autoridade, não fazia mais do que valer-se de um recurso, frequente naquela época, a pseudonímia, com a consciência de que as ideias desenvolvidas não eram pessoais, saídas da própria cabeça, mas as do Apóstolo Pedro. Assim, o hipotético redactor da carta não pretendia substituir Pedro, mas fazer justiça à autenticidade da mensagem.

3.1 Local e data
Pressupondo a pseudonímia, a carta poderia ter sido escrita entre os anos 80-90, mas não já em pleno séc.II, como foi proposto por alguns. O local da redacção é desconhecido, poderia ser Roma.

3.2 Destinatários
Os destinatários não são expressamente referidos, mas são cristãos que conhecem os escritos paulinos (3,13). Pela referência de 3,1 bem poderiam ser os da 1ª Carta; a não ser que esta alusão não passe de um estratagema para reforçar a possível pseudonímia.
Seja como for, a Carta tem um carácter universal. O seu objectivo é denunciar graves erros que ameaçam a fé e os bons costumes, sobretudo a negação da segunda vinda do Senhor (3,3-4).

3.3. Conteúdo
Saudação: 1,1-2;
I.                        Exortação à perseverança na fé: 1,3-21;
II.                     Denúncia dos falsos Mestres: 2,1-22;
III.                  A segunda vinda do Senhor: 3,1-10;
IV A santidade: 3,11ss.
Conclusão: 3,17-18.
Os temas fundamentais desta Carta são: a segunda vinda do Senhor, definida como misericordiosa (3,4.8-10.15), mas que vai trazer uma mudança radical no cosmos; a lembrança da Transfiguração (1,16-19); a inspiração das Escrituras (1,20-21; 3,14-16); a importância do «conhecimento» religioso (1,2-8; 2,20;3,1).
Tudo indica que esta Carta é o desenvolvimento da Carta de Judas, sobretudo em 2,1-18; 3,1-13, onde recolhe a temática de Judas. Por isso mesmo, seria mais tardia que esta. Nas duas Cartas se combatem os falsos mestres.

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