terça-feira, 30 de abril de 2013

O LIVRO DO PROFETA ISAÍAS


O LIVRO DE ISAÍAS
Isaías (heb. Iesa´iahu) – “Iahweh salvou”) profeta do séculoVIII a.C., nascido no reino de Judá. O livro dele é o primeiro na secção dos profetas da Bíblia hebraica (na LXX Depois de Ml).
O livro canónico de Isaías contém 66 capítulos. No entanto os estudos críticos levantam o problema da unidade desse livro do ponto de vista literário.
Já no final do século XVIII J. B. Koppe sugeria que capítulo 50 foi escrito por Ezequiel ou um outro profeta que viveu na Babilónia. Nesse tempo provavelmente surge a ideia de Dêutero-Isaías, que abrangeria caps.40-66 (ideia atribuida por alguns a J.C. Dooderlein).
Não sabemos muito a respeito da pessoa do Isaías. A vocação dele aconteceu no ano da morte do rei Ozias (Is 6,1); i.e, em 742 a.C. Sua actividade exerceu em Jerusalém e nos arredores. A devoção às tradições ligadas a Jerusalém, a qualidade da obra literária dele e o contacto com correntes de sabedoria sugerem que Isaías era de uma família da classe alta e recebeu uma boa educação. Foi csado com uma mulher chamada “profetisa” (8,3) e teve dois filhos com nomes simbólicos (7,3 – Sear-Iasub –“o resto voltará”; 8,3,18 –Maer-Salal Has-Baz –“pronto-Seque-próxima-pilhagem”).

Composição do livro de Isaías
O livro do profeta é o primeiro na secção da bíblia hebraica. O livro do profeta contém 66 capítulos:
1ª colecção: introdução-justiça;
2ª a respeito de juda e Israel;
3ª o livro de Emmanuel;
4ª oráculos
5ª Apocalípse do profeta
6ª poemas acerca de Israel.
7ª julgamento sobre Edon
8ª Apêndices históricos.
“O livro de Isaías é hoje considerado em linhas gerais como resultado de uma compilação que, partindo da actividade pessoal, e passando pelos seus discípulos. Se foi prolongado até  no século IV e foi continuado pela escola de Isaías até 587. Os estudos feitos mais tarde mostram que a relação final foi entre os anos 400-300. Portanto, o livro de Isaías é composto por três partes distintos:
* Proto-Isaías, cap.1-39 supõe que seja da sua autoria.
* Deutero-Isaías, cap. 40-66;   * Trito-Isaías, cap. 56-66”[1]
A mensagem do livro
A aceitação plena de Deus na Humanidade. Também, encontramos uma mensagem religiosa e da fé, crise política.
Finalidade: a confiança em Deus. O povo quer se encontrar com Deus.

A TEOLOGIA DO LIVRO
O motivo condutor da obra é a ideia da santidade e do poder real de Deus. A opressão dos pobres e fracos ofende a santidade de Deus e por isso o profeta fala com insistência a respeito da justiça social (1, 10-17.21-26; 3,13-15; 5,1-10.20-23;10,1-4).
Os caps. 1-12 contém oráculos anunciados na época da guerra siro-efraimita de 734 a.C. Essa parte foi redigida de tal maneira que possa mostrr seguinte temas: os pecados de Judá e Jerusalém, missão de Assíria como instrumento na mão de Deus para um julgamento purificador. Missão de Isaías como mensageiro da Palavra de Deus (a vocação do profeta foi colocado só no cap. 6 para poder apresentá-lo como separado do povo pecador descrito nos caps.1-5), gradual assalto à vinha de Deus, o julgamento final de Assíria por causa da insolência. Outro temas que aparecem são: a guerra siro-afraimita (cap. 7-8), a desobediência do rei contrastada com as futuras promessas, a visão da futura restauração (11,10-16).
Iahweh tem poder de controlar com maior sabedoria e poder os destinos até das nações mais fortes, que tornam-se na mão Dele um instrumento para realização do divino plano na história (7,18ss; 8,7; 14,26-27;28,23-29). Os projectos humanos acabam frustrados (8,9-10). Confiar na ajuda de Iahweh é a fé. A sabedoria, o orgulho são os maiores pecados – são antítese da fé e provocam julgamento e gastigo no entento podem remediar o mal e preparar o caminho da resteuração (1,21-26). Assim Isías abre a porta para a esperança. O julgamento não se refere só a Judá e Jerusalém. No cap. 13, começam os oráculos contra as nações que culminam num julgamento do universo inteiro.
Os temas teológicos do primeiro Isaías são estruturados na forma de quatro pares: Acaz e Ezequias (duas atitudes contrárias quanto à fé em Deus e suas promessas), os assaltos siro-efraimita e assírio (perigo e salvação), Assíria e Babilónia (instrumentos do julgamento divino), e promessa.
O importante é a ideia do “resto do povo” que será salvo. Esse resto vai se tornar a origem do povo renovado (11,10-16, 28,5-6).


[1] José Rodrigues, Isaías, Ed. Verbos,

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