terça-feira, 30 de abril de 2013

CARTA AOS FILIPENSES


Introdução
A cidade de Filipos ocupava um ponto estratégico, pois dominava todas as rotas caravanas da Grécia e da Trácia. Por ela passava a via que unia a Itália e a Ásia Menor.
Por algum tempo foi uma cidade rica porque possuía jazigos de ouro e de prata. Era administrada por Roma.
Na época de Paulo entrava em declive porque os jazigos estavam esgotados. Havia na cidade uma pequena colónia judaica que não tinha sinagoga. Praticavam-se cultos locais trácios e macedónios, culto ao imperdor romano e outras religiões orientais chamadas religiões mistérios.
A comunidade de filipos foi evangelizada por Paulo na sua segunda viagem missionária (Act 15,36-18,22). Paulo, Silas, Timóteo e Lucas chegaram a filipos em 50/51 vindos de Tróade. Filipos foi a primeira cidade europeia a ser evangelizada. Porque na cidade não havia sinagoga, Paulo e seus companheiros, no Sábado dirigiram-se às margens do rio, onde provavelmente os judeus costumavam rezar (Act 16,13).
As primeiras conversões se deram entre mulheres: Lídia, a comerciante de púrpura, natural de Tiatira, baptizada por Paulo com toda a sua família (Act 16,14-15). Ela ainda hospedou Paulo com seus companheiros. A nova Igreja tinha poucos judeus, era formada sobretudo por gentios e as mulheres ocupavam lugar importante.
Sua permanência nesta cidade foi turbulenta pela libertação de uma jovem escrava que possuía um espírito adivinho (Act 16,16ss). Os donos da escrava sentiram-se lesados porque obtinham lucro pelas suas adivinhações. Denunciaram Paulo e Silas aos magistrados e foram presos e açoitados. Esta foi a primeira prisão de Paulo. Durante a noite um violento terramoto sacudiu a prisão e libertou os presos. O carcereiro quis se suicidar pensando que fugiram, mas Paulo impediu-o.
Converteu-se e foi baptizado com sua família. Por ser cidadão romano, Paulo foi liberto com Silas e obrigaram-nos a deixar a cidade (Act 16,35-40). Ao sair desta cidade, Paulo deixou uma jovem comunidade dinâmica, que continuou a crescer, a prosperar e se manteve fiel ao Evangelho. Ele identificou-se muito com esta comunidade que a chamou “minha alegria e minha coroa” (Filip 4,1). Numa cidade em que se praticava o culto ao imperador que se fazia “deus e senhor”, Paulo anunciou o Evangelho que se torna boa notícia: É em “nome de Jesus” que nos vem a libertação. Nome que está acima de todos os nomes e no qual se dobre todo o joelho (Cf. Filip 2,8-11).
Esta comunidade proveu muitos auxílios para Paulo em Tessalónica (Filip 4,16) em Corinto (2Cor 11,9) e durante a prisão (Filip 4,18) em Éfeso ou Roma.
A Carta é chamada “Carta da alegria”. Paulo está preso e a comunidade também passa por dificuldades mas a carta fala tanto de alegria. É para animar, dar força e esperança aos membros da comunidade. Não há argumentação teológica, mesmo quando fala aos judaizantes, o tom não é polémico, apenas de alerta aos cristãos.
Integridade e autenticidade:A autenticidade não se discute, mas quanto à integridade há três hipóteses:
a)    A tradição e alguns autores modernos afirmam uma única Carta de Paulo aos Filipenses.
b)   Policarpo de Esmirna na sua Carta aos Filipenses alude “às cartas” de Paulo aos mesmos destinatários.
c)    Outros autores também modernos levantam hipóteses de três cartas ou bilhetes:
“Carta A”: 4,10-20 – Nesta, Paulo agradece à comunidade por lhe ter enviado Epafrodito para lhe assistir na prisão.
“Carta B”: 1,1-3,1a+4,2-7.21-23 – Nesta, Paulo fala da sua condição de prisioneiro por causa do Evangelho e manifesta esperança de uma libertação em breve, e exorta aos filipenses à concórdia.
“Carta C”: 3,1b-4,1.8-9 – Nesta, Paulo já não fala da sua prisão, mas alerta à comunidade sobre o perigo de certos adversários, provavelmente judaizantes.

Local e data:
A opinião tradicional diz que foi em Roma durante a prisão entre 61-63.
Outros admitem que foi em Cesareia quando Paulo esteve preso por dois anos: 59-60 (Act 23,23-34,27). A terceira hipótese é de que foi em Éfeso, isto por causa da proximidade das duas cidades que possibilitava constantes viagens e correspondências.

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