terça-feira, 30 de abril de 2013

USO LITÚRGICO DOS SALMOS

Chama-se Saltério o conjunto dos Salmos de que a Igreja se serve para as suas celebrações, sobretudo na Liturgia das Horas e na Missa. A Igreja faz do Saltério as entranhas da liturgia e do ofício divino, e, assim, a linha sálmica sempre foi considerada fundamento da oração cristã, consciência que se desenvolveu mais ainda com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Nos Salmos se encontram todas as vicissitudes da vida, desde os brados de angústia, de aflição, de fracasso e de prantos, até os felizes hinos de glória, de exultação, de vitória, de reconhecimento, como também de admiração e de contemplação das maravilhas de Deus.
O uso dos Salmos na liturgia foi-se impondo cada vez mais desde os meados do século IV, enquanto a composição dos hinos cristãos que havia florescido nos finais do século I, II, e III séculos foi caindo relegada.
O Sínodo de Laodicéia (360 d.C.), dispôs que só se cantassem os salmos no culto oficial da Igreja (cânone 59). Santo Ambrósio, bispo de Milão, defendeu energicamente o uso dos Salmos nos actos do culto público da Igreja. Comentando o Salmo 1, descreve o Saltério da seguinte maneira: “O Salmo é um hino de louvor entoado pelo povo de Deus, é glorificação do Senhor, exclamação de toda a humanidade, aclamação do universo, voz da Igreja, confissão harmónico da fé (...)”. Desde há muito tempo na Igreja primitiva, houve testemunhos acerca do uso privado e pessoal do Saltério. São Jerónimo, sublinha que, havia mulheres que aprendiam hebraico para entender melhor o Saltério e poder rezá-lo melhor.
Santo Atanásio de Alexandria afirma na sua Carta a Marcelino: “O Saltério é uma Bíblia em pequeno, o crente em Cristo encontra nele o essencial da Bíblia completa; no Saltério, a pessoa se sente completamente o gosto, nele, acha expressões para todas experiências humanas; o que ora com os Salmos expressa sua oração em comunhão com os Santos; o Saltério é o espelho claro que mostra o que é o mundo cristão, conduz ao conhecimento de si mesmo, nos leva a Deus e a todas as criaturas” (comentário bíblico Internacional, pp.713).
Mowinckel afirmava que os Salmos têm uma orientação fundamentalmente litúrgica. Par ele, os autores dos Salmos são cantores do Templo que compuseram os poemas, ou rei ou director do culto (comentário bíblico Internacional, pp.712-713).
O Novo Testamento anuncia que Jesus foi enviado por Deus na plenitude dos tempos. Para os cristãos, o tempo sagrado é o tempo em que Deus andou pelo mundo na pessoa de Jesus, na sua morte e ressurreição (Apontamentos de Salmos de Padre Massimo Roblo-Seminário Santo Agstinho-Matola).
È importante sublinhar o que diz a Constituição sobre a Sagrada Liturgia. Ela afirma que: “Com efeito, a Liturgia, mediante a qual, sobretudo no divino Sacrifício da Eucaristia, “se dá execução à obra da nossa Redenção”, contribui no mais alto grau para que os fíéis, pela sua vida, exprimam e manifeatem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da verdadeira Igreja” (SC2).

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